Filipenses 4:8 Explicação de “Tudo que for bom, nisso pensai”
Filipenses 4:8 – ACR (Almeida Corrigida e Revisada)
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”
Versões Bíblicas de Filipenses 4:8
Filipense 4:8 – ARA (Almeida Revista e Atualizada)
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”
Filipenses 4:8 – NVI (Nova Versão Internacional)
“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.”
Filipenses 4:8 – KJF (King James Fiel)
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”
Explicação e Significado de Filipenses 4:8
Filipenses 4:8 é um dos versículos mais poderosos sobre a importância de como devemos direcionar nossos pensamentos como cristãos. O apóstolo Paulo, ao escrever para a igreja de Filipos, estabelece um padrão claro de foco mental, chamando os crentes a refletirem sobre coisas que são verdadeiras, respeitáveis, justas, puras, amáveis e de boa fama.
Paulo não apenas sugere isso como um conselho, mas faz dessa exortação um convite para que todos adotem um estilo de vida transformado pelo Espírito Santo.
Ele enfatiza que tudo o que aprendemos e recebemos deve ser aplicado em nossa vida diária, como ele próprio fez:
“O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus de paz será convosco” (Filipenses 4:9).
Paulo chama a atenção para o fato de que não é apenas sobre ouvir e aprender, mas sobre praticar. Ele se coloca como exemplo, alguém cuja vida reflete aquilo que ele ensina. O apóstolo quer que a igreja não apenas pense em coisas virtuosas, mas que viva de acordo com esses princípios.
Pensar em tudo o que é “amável” e “de boa fama” não se limita a sentimentos superficiais, mas está profundamente ligado ao conteúdo moral e espiritual que deve preencher a mente dos crentes.
Ele está afirmando que, ao manter nossos pensamentos fixos nessas virtudes, nosso comportamento se alinha com o caráter de Cristo, que é a fonte de toda bondade e verdade.
Assim, o que sai de nossas bocas e o que praticamos em nossas ações deve refletir esse padrão de pensamento, pois “a boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6:45).
Paulo, ao dizer que devemos “aprender” e “receber” essas virtudes, ressalta que a vida cristã não é algo automático ou casual, mas uma escolha consciente e um processo de aprendizado constante.
Precisamos nos dedicar a aprender os princípios de Deus, estudando a Sua Palavra e permitindo que o Espírito Santo transforme nossos corações e mentes.
O que enche a nossa mente determinará nossas ações e reações diante das adversidades da vida, tal como Paulo aprendeu a viver contente em qualquer circunstância (Filipenses 4:11).
Assim, Filipenses 4:8 nos desafia a nos tornarmos exemplos vivos de tudo o que é justo, puro e amável. Isso não se trata de perfeição, mas de uma vida dedicada ao crescimento espiritual, à prática do bem e à justiça.
Quando mantemos nosso foco nas coisas que Paulo descreve, experimentamos a paz de Deus, que guarda nossos corações e mentes (Filipenses 4:7).
Interpretando as partes chaves do versículo 8 de Filipenses 4
“…Tudo o que é verdadeiro…”
Paulo começa exortando os cristãos a focarem no que é verdadeiro, ou seja, aquilo que é autêntico e está em conformidade com as Escrituras e a palavra de Deus. Isso implica rejeitar a mentira, falsidade e hipocrisia, buscando viver em integridade. A verdade não se refere apenas à doutrina, mas também à honestidade nas interações diárias, seja com Deus ou com as pessoas ao nosso redor.
“… Tudo o que é honesto…”
A honestidade não se limita apenas à ausência de engano, mas também abrange a seriedade e o comportamento digno. Paulo nos chama para viver uma vida de reverência, afastando-se de atitudes levianas ou triviais. A maneira como falamos e agimos deve ser respeitosa, o que reflete o caráter de alguém que caminha com Deus.
“…Tudo o que é justo…”
A justiça envolve tratar os outros com equidade e retidão. Isso inclui dar a cada um o que é devido, tanto no relacionamento com Deus quanto com os homens. Paulo ressalta a importância de viver de maneira que reflita a justiça divina, combatendo a impiedade, violência e qualquer forma de injustiça.
“…Tudo o que é puro…”
A pureza mencionada aqui se refere à castidade e à santidade em pensamentos, palavras e ações. Paulo nos chama a rejeitar toda impureza, conversa imoral ou comportamento indecente. A pureza está ligada à vontade de Deus e ao desejo de manter nossos corações e vidas consagrados a Ele.
“…Tudo o que é amável…”
Ser amável é viver de maneira que promova a amizade e o amor entre as pessoas. A Bíblia destaca que aquilo que é amável agrada tanto a Deus quanto aos homens. Paulo nos encoraja a cultivar relacionamentos baseados no respeito e na bondade, combatendo o ódio, a discórdia e a raiva.
“…Tudo o que é de boa fama…”
Paulo nos lembra de viver de forma a preservar uma boa reputação, que é preciosa aos olhos de Deus e dos homens. Devemos fazer coisas que construam um bom nome, pois isso reflete não só sobre nós, mas também sobre o testemunho cristão. Embora devamos estar prontos para sacrificar nossa reputação por Cristo quando necessário, a conduta justa e reta deve sempre ser uma prioridade.
“… Se existe alguma virtude…”
Paulo o escritor da Carta aos Filipenses, nos chama a reconhecer e valorizar tudo o que é virtuoso em qualquer contexto, seja entre cristãos ou não. A virtude está em oposição ao vício e deve ser buscada em todas as esferas da vida.
“… Se existe algum louvor…”
A palavra “louvor” se refere a qualquer atitude ou ação que seja admirável, merecedora de reconhecimento e louvável diante dos homens e de Deus. Mesmo em situações inesperadas, como no caso do mordomo infiel (Lucas 16:1-13), que, embora agisse de maneira questionável, foi elogiado por sua astúcia e prudência, devemos reconhecer que certas qualidades humanas, como sabedoria e inteligência, têm seu valor.
Essa parte do versículo também nos lembra que devemos buscar o que é digno de reconhecimento, o que contribui para o bem comum e para a edificação de uma boa reputação, pois aquilo que é louvável frequentemente reflete um comportamento que agrada a Deus e que deve ser respeitado.
“…Nisso pensais”
Ao final de Filipenses 4:8, Paulo nos exorta a não apenas conhecer essas virtudes, mas a meditar profundamente nelas. O verbo “pensar” aqui vai além de um mero pensamento casual; ele implica em uma reflexão constante e intencional.
Somos chamados a rever essas qualidades em nossas mentes repetidamente, considerando seriamente como aplicá-las em nossas vidas diárias. Não basta admirar o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama — devemos raciocinar sobre essas coisas a fim de traduzi-las em ações concretas.
A transformação vem da meditação que nos leva à prática, e essa prática molda nosso caráter à semelhança de Cristo. Assim, ao pensar nessas virtudes, somos levados a vivê-las plenamente, impactando nossas atitudes, relacionamentos e testemunho cristão.
Comentários sobre o que Significa Filipenses 4:8
Comentário de Benson
Finalmente – Το λοιπον, quanto ao que resta a ser dito, pode ser expresso em poucas palavras.
O apóstolo Paulo, segundo Macknight, “estando ansioso por tornar os Filipenses virtuosos, menciona nesta exortação os diversos fundamentos sobre os quais a virtude se apoia. Ele mostra que a virtude não se sustenta em apenas um deles isoladamente, mas em todos juntos”.
A amizade e a obrigação surgem de “tudo o que é verdadeiro – conforme a verdade; honesto – Σεμνα, grave ou venerável; justo – equitativo e reto; puro – casto e santo; amável – Προσφιλη, agradável ou, como pode ser traduzido, amigável e gentil; de boa fama – Ευφημα, respeitável e de boa reputação; se houver alguma virtude – qualquer valor real ou benefício em qualquer qualidade ou ação”.
Somente aqui Paulo usa a palavra αρετη, traduzida como virtude: “se houver algum elogio – proveniente de qualquer coisa justa”.
Bengelius oferece uma interpretação um pouco diferente deste versículo: “Aqui há oito detalhes organizados em duas fileiras de quatro. A primeira contém o dever, a segunda o elogio.
A primeira palavra da primeira linha corresponde à primeira da última. A segunda à segunda, e assim por diante: verdadeiro – na fala; honesto – nas ações; justo – em relação aos outros; puro – em relação a si mesmo; amável – e o que é mais amável do que a verdade? De boa reputação – como a honestidade, mesmo quando não praticada.
Se existe alguma virtude – e todas as virtudes estão contidas na justiça; se houver algum elogio – nas coisas relacionadas mais a nós mesmos do que ao próximo; pensem nessas coisas – para que possam praticá-las e recomendá-las a outros”.
“Aquelas coisas que vocês aprenderam – como catecúmenos; e receberam – por instruções contínuas; e ouviram e viram – na minha vida e conduta; pratiquem-nas, e o Deus da paz estará com vocês” – não apenas a paz de Deus, mas o próprio Deus, a fonte da paz.
Comentário conciso de Matthew Henry
Os crentes devem obter e manter um bom nome; um nome para boas ações perante Deus e homens de bem. Devemos trilhar sempre os caminhos da virtude e permanecer firmes neles; assim, quer sejamos louvados pelos homens ou não, seremos aprovados por Deus.
O apóstolo é um exemplo claro disso. Sua doutrina e vida estavam em perfeita harmonia. A maneira de termos o Deus da paz conosco é nos mantermos próximos de nossos deveres.
Sabendo que todos os nossos privilégios e nossa salvação vêm da livre misericórdia de Deus; contudo, o usufruto desses benefícios depende de uma conduta sincera e santa.
Comentário de Wiersbe sobre Filipenses 4:8
A paz envolve tanto o coração quanto a mente.
“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito [mente] é firme, porque ele confia em ti” (Is 26:3).
Pensamentos incorretos geram sentimentos errados, e assim o coração e a mente se veem divididos e presos pela ansiedade. É importante reconhecer que os pensamentos são reais e poderosos, mesmo que não possam ser vistos, pesados ou medidos.
Precisamos “[levar] cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10:5).
Semeie um pensamento, colha uma ação.
Semeie uma ação, colha um hábito.
Semeie um hábito, colha um caráter.
Semeie um caráter, colha um destino.
Paulo detalha em suas cartas sobre como devemos pensar como cristãos.
Tudo o que é verdadeiro
De acordo com Walter Cavert, uma pesquisa sobre ansiedade mostrou que apenas 8% das preocupações são de fato legítimas. Os outros 92% são imaginários, nunca aconteceram ou envolvem questões fora de controle.
Satanás é mentiroso (Jo 8:44) e procura corromper a mente com suas mentiras (2 Co 11:3), abordando-nos da mesma forma que abordou Eva no jardim:
“É assim que Deus disse…?” (Gn 3:1). O Espírito Santo controla a mente por meio da verdade (Jo 17:17; 1 Jo 5:6), enquanto o diabo tenta fazê-lo através de mentiras. Quando acreditamos em uma mentira, Satanás ganha controle!
Tudo o que é respeitável e justo
Isto significa aquilo que é “digno de respeito e correto”. Muitas coisas não são respeitáveis, e os cristãos não devem ocupar seus pensamentos com elas. Isso não quer dizer ignorar o que é desagradável, mas sim evitar que coisas desonrosas dominem nossa mente.
Tudo o que é puro, amável e de boa fama
“Puro” provavelmente se refere à pureza moral, já que as pessoas daquela época, assim como hoje, eram frequentemente tentadas pela impureza sexual (Ef 4:17-24; 5:8-12).
“Amável” significa “belo, atraente”. “De boa fama” refere-se ao que é “digno de ser comentado”.
O cristão deve preencher sua mente com pensamentos nobres e elevados, e não com as futilidades deste mundo.
Tudo o que tem virtude e louvor
Se algo possui virtude, nos motiva a nos aperfeiçoar; se tem louvor, é digno de ser recomendado a outros. Nenhum cristão deve desperdiçar sua “energia mental” com pensamentos que o diminuem ou que prejudicam os outros quando compartilhados.
Ao comparar essa lista com a descrição que Davi faz da Palavra de Deus no Salmo 19:7-9, notamos um paralelo. O cristão que enche sua mente com a Palavra de Deus desenvolve um “radar embutido” para detectar pensamentos inadequados.
“Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço” (Sl 119:165).
Pensamentos corretos nascem da meditação diária na Palavra de Deus.
6 Lições devocionais que Filipenses 4:8 nos ensina
1. Foco no que é verdadeiro: O versículo nos ensina a importância de direcionar nossos pensamentos para aquilo que é verdadeiro. Devemos buscar a verdade em nossas vidas, evitando mentiras e ilusões. Ao firmarmos nossa mente em verdades divinas, encontramos clareza e discernimento em meio às incertezas.
2. Valorização do que é nobre: Pensar no que é nobre nos leva a cultivar atitudes de respeito e dignidade. A nobreza de caráter reflete a nossa identidade em Cristo, e nos incentiva a agir de maneira ética e altruísta. Ao valorizarmos o que é nobre, impactamos positivamente aqueles que nos cercam.
3. Apreciar o que é justo: Justo é aquilo que está em conformidade com a vontade de Deus. Ao nos concentrarmos em ações justas e em pensamentos que promovem a equidade, contribuímos para um ambiente de paz e harmonia. Isso nos chama a ser agentes de justiça em nossas comunidades, refletindo o caráter de Cristo.
4. Cultivar o que é puro e amável: A pureza de pensamento e a amabilidade em nossas interações são essenciais para uma vida cristã saudável. Ao focar no que é puro, afastamo-nos da corrupção moral e emocional. A amabilidade, por sua vez, nos ajuda a construir relacionamentos saudáveis e harmoniosos, refletindo o amor de Deus.
5. Promover o que é de boa fama: É crucial direcionar nossa atenção para coisas que têm boa reputação. Pensar e agir de maneira que edifique a nós mesmos e aos outros é uma forma de glorificar a Deus. Essa prática ajuda a criar um ambiente que fortalece a fé e permite o compartilhamento de testemunhos de bondade.
6. Cultivar o que é admirável: Filipenses 4:8 também enfatiza a importância de nutrir pensamentos admirados e dignos de respeito. Ao focar em coisas que inspiram e elevam, contribuímos para um ambiente mais positivo em nossas vidas e nas vidas das pessoas ao nosso redor. Isso nos encoraja a valorizar o que é verdadeiramente bom e belo, refletindo a luz de Cristo em nossas atitudes e comportamentos.
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