10 Fatos sobre o Perverso Hamã

Hamã, cujo nome persa significa “magnífico”, foi o primeiro-ministro do rei Assuero e o arquiteto da quase destruição dos judeus na Babilônia exílica.

Sua trama foi desfeita por Deus através da rainha Ester e seu tio Mardoqueu. Conheça 10 fatos sobre este notório vilão bíblico:

1. Ele foi o antagonista da história de Purim

Hamã, como descrito em Ester 3:5-6, foi o primeiro-ministro que tramou a aniquilação dos judeus no império persa. Até hoje se comemora anualmente sua queda e a reversão de seus planos no feriado de Purim, conforme Ester 9:22.

Todo ano, durante a Festa de Purim, se lê o livro de Ester publicamente na sinagoga. Sempre que o nome de Hamã é mencionado, o público bate os pés e exclama: “Que esse nome seja apagado!”

Isso é uma espécie de vaia. Para os judeus em todo o mundo, Hamã simboliza todos aqueles que tentaram destruir o povo de Israel.

2. Ele era descendente de Amaleque

Hamã era um “agagita“, o que pode indicar que ele vinha de uma região do império conhecida como Agague, ou que era descendente de Agague, o rei dos amalequitas (1 Sm 15:8).

Se for o último caso, fica fácil entender por que Hamã nutria tanto ódio pelo povo de Israel: Deus havia declarado guerra contra os amalequitas e desejava que seu nome e memória fossem apagados da face da Terra.

Esta história remonta ao período do êxodo de Israel do Egito (Êx 17:8-15), quando os amalequitas atacaram os hebreus exaustos que estavam na retaguarda (Dt 25:18).

Após ordenar a Josué que lutasse contra Amaleque, Moisés intercedeu por Israel no topo da montanha, resultando na vitória de Josué.

Deus disse a Moisés para registrar num livro que Ele havia declarado guerra aos amalequitas devido ao que haviam feito ao Seu povo.

Antes de entrar na Terra Prometida, Moisés lembrou os israelitas do ataque traiçoeiro dos amalequitas (Dt 25:17-19).

Foi Saul, o primeiro rei de Israel, quem recebeu de Deus a ordem para destruir os amalequitas (1 Sm 15). Saul falhou na missão e perdeu a coroa.

Por não ter cumprido completamente a ordem do Senhor, alguns amalequitas sobreviveram, e um de seus descendentes, Hamã, decidiu exterminar seu antigo inimigo, o povo judeu.

É interessante notar que, enquanto o rei Saul, um benjamita, não destruiu os amalequitas, Mordecai, também um benjamita (Et 2:5), entrou na batalha e derrotou Hamã.

Para completar, o fundador do povo amalequita era um descendente de Esaú (Gn 36:12), e Esaú era inimigo de seu irmão Jacó.

3. Ele usou bajulação para alcançar o poder

Em algum momento entre o sétimo e o décimo segundo ano do reinado de Assuero (v. 7; 2:16), o rei decidiu nomear Hamã como seu primeiro-ministro sobre o império.

Note que Mardoqueu havia salvo a vida do rei e nem sequer recebeu uma palavra de agradecimento, quanto mais uma recompensa. No entanto, o perverso Hamã, que nada havia feito para o reino, recebeu uma promoção!

É provável que Hamã tenha utilizado bajulação e lisonja para conquistar essa nova posição de poder, pois era um homem que se especializava em tais práticas.

Orgulhoso, seu objetivo era obter poder e reconhecimento. Assuero, sendo um homem fraco e manipulável, suscetível a bajulação e ansioso para agradar, facilitou o caminho para Hamã alcançar seu objetivo.

Alguns estudiosos da Bíblia veem em Hamã uma figura do “homem da iniquidade” que surgirá no futuro e exercerá seu domínio implacável sobre a humanidade (2 Ts 2; Ap 13).

Hamã recebeu grande autoridade do rei, assim como Satanás concederá grande poder ao governante mundial perverso conhecido como anticristo (Ap 13:2, 4).

Deus permitiu que Hamã fosse nomeado para esse cargo elevado com propósitos a cumprir por meio dele (Rm 9:17).

A maneira como as pessoas agem quando estão em posição de autoridade revela seu caráter. Usam sua autoridade para promover a si mesmas ao invés de ajudar os outros. Glorificam a si mesmas ao invés de darem glórias a Deus.

Daniel recebeu um cargo elevado semelhante ao de Hamã, mas usou sua posição para servir a Deus e ajudar os outros (Dn 6).

A diferença entre Daniel e Hamã é que Daniel era um homem de Deus e uma pessoa humilde, enquanto Hamã era um homem do mundo e uma pessoa arrogante.

4. Ele foi um homem vaidoso

Hamã não se contentou apenas em ter um cargo elevado e usá-la para seu benefício pessoal; ele também buscou o máximo de reconhecimento público e honrarias.

Embora os povos do antigo Oriente estivessem acostumados a oferecer projeções de preferência, o rei teve que publicar um édito especial em favor de Hamã, caso contrário, o povo não se curvaria diante dele.

Hamã era um homem insignificante com um cargo significativo. Outros nobres mais dignos não estavam interessados ​​em reconhecê-lo.

Isso é mais uma indicação de que Hamã não conquistou sua nomeação por mérito, mas por usurpação. Se fosse um oficial digno, os outros líderes o reconhecidos de bom grado.

O orgulho cega as pessoas quanto ao seu verdadeiro caráter e as leva a insistir em obter aquilo que não merece. Hamã, sem dúvida, era um homem limitado, mas sua vaidade dava uma falsa aparência de grandeza.

Por que Hamã não gostava de Mardoqueu?

A promoção de Hamã pode ter evidenciado o pior nele, mas também trouxe à tona o melhor em Mordecai. O primo de Ester recusou-se a se curvar diante de Hamã, mesmo com a multidão à porta.

Os oficiais à porta interrogaram Mardoqueu (também conhecido como Mordecai) sobre seu comportamento, e foi nesse momento que ele declarou abertamente que era judeu (Et 3:3, 4).

Nos dias seguintes, os oficiais observavam o comportamento de Mordecai, e então contaram a situação a Hamã.

A partir daí, ele começou a vigiar Mardoqueu e a nutrir o seu ódio não apenas contra aquele homem que estava à porta do rei, mas contra todos os judeus do império.

5. Ele foi sutil

Hamã decidiu o dia para a destruição dos judeus (v. 7). Ele e alguns astrólogos lançaram sortes em segredo para escolher o dia mais auspicioso. Esse ritual visava garantir que seus deuses estivessem a seu favor e que o plano fosse bem-sucedido.

Hamã iniciou o procedimento no mês de nisã, o mesmo em que os israelenses comemoraram sua libertação do Egito. Após lançar sortes mês a mês e dia a dia, os astrólogos determinaram que o décimo terceiro dia do décimo segundo mês era o mais adequado para a execução do plano (v. 13).

Hamã pediu permissão ao rei (vv. 8-11). Sem mencionar especificamente os judeus, ele exagerou a situação para fazer parecer um grande perigo. Ele argumentou que os judeus, cujas leis eram diferentes, ameaçavam a ordem do império.

Hamã ofereceu ao rei dez mil talentos de prata, uma soma enorme, que correspondia a dois terços da renda anual do império persa. O rei Assuero, sem questionar, deu a ele seu anel de selar, autorizando-o a agir em seu nome.

Hamã rapidamente espalhou a notícia (vv. 12-14). Sem que os judeus tenham opiniões, ele trabalhou com os secretários do rei para redigir e traduzir a nova lei para todas as línguas do império. Enviaram com urgênica o decreto para todas as regiões, aproveitando a eficiência dos mensageiros do reino.

Hamã agiu com pressa para evitar que o rei mudasse de ideia. Uma vez que a lei foi escrita e selada, a destruição dos judeus estava selada, pois as leis persas eram irrevogáveis ​​(Et 1:19; 8:8; Dn 6:8).

Toda essa forma de agir pensando nos mínimos detalhes revela a sutileza e mal coração de Hamã.

6. Ele era fabulosamente rico

Hamã ofereceu ao rei uma quantia absurda de 10.000 talentos de prata para adotar o acordo que permitiria a destruição dos judeus (Ester 3:9). Essa oferta, equivalente a dois terços da renda anual do império persa, indica a sua imensa riqueza.

A tradição sugere que Hamã acumulou essa fortuna saqueando os tesouros dos reis da Judéia e do Templo Sagrado, o que teria contribuído para sua grande riqueza.

Este detalhe não apenas ilustra a magnitude de sua fortuna, mas também a origem questionável e possivelmente desonesta de seu enriquecimento.

7. Ele tem muitos títulos

Na conversa comum, Hamã é conhecido como Haman Harasha, que significa “o Perverso”. No Livro de Ester, seu nome está frequentemente acompanhado por títulos que destacam sua malícia e hostilidade:

  • Hamã, o agagita (Ester 3:1);
  • Hamã, o maligno (Ester 3:10);
  • Hamã, inimigo dos judeus (Ester 3:10).

Esses títulos refletem o desprezo e a indicação de que ele despertava entre os judeus.

De acordo com a tradição Chabad, sempre que mencionam seu nome com esses títulos adicionais durante a leitura da Megilá, é costume expressar desdém de forma sonora, como bater e girar aparelhos de som, para simbolizar a indignação e o desprezo por Hamã.

Sua memória é vaiada. Esse ritual é, portanto, uma maneira de lembrar a vitória sobre o mal e celebrar a salvação.

8. Sua queda foi impressionante e rápida

A queda de Hamã foi tão impressionante quanto rápida. Numa noite, depois de desfrutar de uma festa privada apenas com o rei Assuero e a rainha Ester, ele decidiu que o momento era propício para executar seu plano de forçar Mordecai. No entanto, as coisas começaram a mudar no dia seguinte:

1. Desfile Humilhante: Hamã teve que desfilar pelas ruas de Susã, conduzindo Mordecai vestido com as roupas do rei e montado no cavalo real. Enquanto percorria a cidade, Hamã teve que proclamar: “Assim será feito ao homem a quem o rei deseja honrar!” (Ester 6:11). Esse desfile, que deveria ser uma demonstração de sua própria grandeza, acabou revelando sua humilhação e a inversão de seus planos.

2. Exposição de Sua Conspiração: A rainha Ester revelou identidade ao rei Assuero sua judaica e denunciou Hamã como o conspirador contra seu povo. Essa revelação chocou o rei e alterou significativamente a percepção que ele tinha de Hamã (Ester 7:3-4).

3. Execução na Força: Finalmente, Hamã encontrou seu destino final na própria força que havia preparada para Mordecai. Sua queda foi um exemplo dramático da reversão de sorte e da justiça divina (Ester 7:10).

9. Ele tinha orgulho de seus muitos filhos

“Hamã vangloriou-se de sua grande riqueza, de seus muitos filhos…” (Ester 5:11). Ele sentiu um grande orgulho de seus numerosos filhos, o que era uma das suas maiores fontes de satisfação. Quanto ao número exato de filhos que ele teve, há variações entre as tradições:

  • Tradição Judaica : Alguns relatos sugerem que Hamã teve até 40 filhos .
  • Tradição Popular : Outras fontes indicam que ele poderia ter tido 100 filhos .
  • Tradição Midráshica : Há também uma tradição que afirma que ele tinha 208 filhos .

Mais tarde, enforcaram seus 10 filhos na mesma força que Hamã havia preparado para Mordecai, marcando o fim trágico de sua família (Ester 9:13-14).

10. Ele foi manipulado por sua esposa

Hamã foi influenciado negativamente por sua esposa, Zeres, em suas ações contra Mordecai. Inicialmente, Zeres e os amigos de Hamã o incentivaram a construir uma forca para Mordecai, revelando uma profunda hostilidade e falta de sabedoria em sua proposta (Ester 5:14).

No entanto, quando a situação começou a mudar a favor dos judeus, Zeres mudou de tom e zombou de Hamã, dizendo: “Se Mordecai, diante de quem você começou a cair, é de origem judaica, você não prevalecerá contra ele, mas certamente cairá diante dele” (Ester 6:13).

Após a execução de Hamã, a tradição narra que Zeres fugiu em desgraça, acompanhada de seus 70 filhos sobreviventes. Ela foi forçada a mendigar de porta em porta, uma reviravolta dramática para a esposa de um homem que, anteriormente, era um dos principais ministros do reino (Ester 9:10, 14).

O que podemos aprender com Hamã na Bíblia

O que podemos aprender com Hamã na Bíblia?

O significado bíblico de Hamã oferece lições valiosas sobre comportamentos a evitar. Seu exemplo, embora extremo, nos ensina o que não fazer.

Primeiramente, Hamã ilustra os perigos do orgulho. Ele era um homem extremamente vaidoso, e sua ocorrência ao desrespeito de Mordecai revelou o quanto seu orgulho estava ferido. Esse orgulho inflamado o levou a tomar decisões drásticas e cruéis. Isso mostra, portanto, como o orgulho desmedido pode nos conduzir a ações destrutivas.

Hamã também nos alerta sobre os perigos do elogio. Embora receber reconhecimento pelo nosso trabalho não seja errado, quando passamos a depender dele para nossa satisfação pessoal, podemos cair na armadilha do orgulho, como Hamã fez. O desejo incessante por elogios cegou Hamã e o levou a cometer atos extremos para manter sua posição e influência. Os homens caem mais pelos elogios do que pelos ataque do inimigo.

Além disso, Hamã é um exemplo claro dos perigos da vingança. Deus nos ensina que a vingança pertence a Ele (Deuteronômio 32:35). Hamã, ao buscar punir Mordecai, poderia ter resolvido o conflito de maneira mais pacífica, mas sua sede de vingança o levou a tramar um genocídio. A vingança, além de ser um veneno que nos prejudica mais do que aos outros, pode acabar voltando contra nós, como aconteceu com Hamã, executado na própria força que havia preparado para Mordecai.

O orgulho, o desejo de elogio e a vingança podem levar à nossa própria ruína. Devemos deixar a justiça e a vingança nas mãos de Deus.

Equipe Redação BP

Nossa equipe editorial especializada da Biblioteca do Pregador é formada por pessoas apaixonadas pela Bíblia. São profissionais capacitados, envolvidos, dedicados a entregar conteúdo de qualidade, relevante e significativo.

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2 Comentários

  1. Quero prabenizar a todos envolvidos neste trabalho tão importante que nos tráz ensinamentos de grande vália para nosso conhecimento e elevo espiritual .Parabéns.

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