O que a Bíblia diz sobre o Amor de Deus na História da Redenção
O Amor de Deus na Bíblia permeia as páginas sagradas, sendo um fio condutor na História da Redenção. No Antigo Testamento, testemunhamos o amor divino na escolha de Israel e na renovação das alianças. No Novo Testamento, a redenção se desdobra como uma obra exclusiva de Deus, culminando na cruz sacrificial de Jesus Cristo.
Neste estudo, vamos aprender mais sobre o amor redentor divino, desde as antigas promessas até a plenitude da graça revelada na pessoa de Cristo. Está pronto? Então vamos aprender!
O Amor de Deus na Bíblia
Antes de mais nada, a Bíblia, como um testemunho da revelação divina, proclama de forma inequívoca que Deus é amor (1 Jo 4:8,16). Essa essência divina do amor permeia as páginas sagradas, desde o Antigo até o Novo Testamento, desdobrando-se em um relato grandioso de redenção e graça.
No Antigo Testamento, o amor de Deus se revela em seu relacionamento com toda a humanidade:
Na verdade ama os povos; todos os seus santos estão na sua mão; postos serão no meio, entre os teus pés, e cada um receberá das tuas palavras.
Deuteronômio 33:3
Contemplamos a expressão desse amor na escolha divina de Israel como povo especial:
O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos;
Deuteronômio 7:7
QUANDO Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho.
Oséias 11:1
Eu vos tenho amado, diz o SENHOR. Mas vós dizeis: Em que nos tem amado? Não era Esaú irmão de Jacó? disse o SENHOR; todavia amei a Jacó,
Malaquias 1:2
O Senhor não apenas os escolheu, mas comprometeu-se com eles em um constante processo de renovação de alianças. Um relacionamento marcado pela misericórdia e benignidade divina, evidenciando a natureza compassiva e leal de Deus (Dt 7:9; Is 54.5-10).
Saberás, pois, que o SENHOR teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos.
Deuteronômio 7:9
No Novo Testamento, o amor de Deus, proclamado e ampliado, atinge sua plenitude na personificação do amor divino em Jesus Cristo.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3:16
Este versículo icônico declara que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, evidenciando a universalidade desse amor redentor.
O Altíssimo se revela como o próprio amor, sendo esta qualidade intrínseca à sua essência divina. Assim, o amor não é apenas uma característica de Deus; é quem Ele é. Esta compreensão transforma o amor em um elemento fundamental de todo o plano de redenção revelado na Palavra de Deus.
8 Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
16 E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.
1 João 4:8,16
O amor de Deus não é um conceito abstrato, mas um poder transformador que impulsionou a ação divina no prol da reconciliação com a humanidade. O sacrifício de Cristo na cruz, o ápice desse amor, manifesta a profundidade da devoção divina pela salvação da humanidade.
A Redenção no Antigo Testamento
A narrativa da redenção no Antigo Testamento se desenvolve onde o conceito fundamental de resgate se mostra em várias esferas da vida de Israel.
Este ato de redenção, entendido como o livramento do escravo por meio do pagamento de um preço pelo redentor, permeia não apenas a esfera pessoal, mas também a social e nacional do povo escolhido por Deus.
a) Resgate para Libertação de um Escravo (Levítico 25:48-55):
Na perspectiva da redenção, a liberdade se concede ao escravo mediante o pagamento de um preço pelo seu resgate. Este ato não apenas liberta o indivíduo, mas também simboliza a libertação espiritual e social que Deus deseja para Seu povo.
b) Recuperação de um Campo (Levítico 25:23-34):
A redenção se estende além da esfera pessoal para abranger a terra. A recuperação de um campo, conforme previsto nas leis de redenção, reflete não apenas a preocupação com a propriedade, mas também a restauração da herança e a preservação da identidade nacional.
c) Resgate de um Macho Primogênito (Êxodo 13:12-16):
A redenção se desdobra na esfera familiar quando se paga um preço para resgatar o primogênito. Este ato simboliza a consagração e a separação do primogênito para o serviço divino, destacando a importância da redenção na estrutura familiar.
d) Resgate de Alguém Condenado à Morte (Êxodo 21:28-36):
A redenção também é evidente no contexto legal, onde a vida daquela que seria condenada à morte pode ser resgatada mediante o pagamento de um preço. Este princípio destaca não apenas a justiça, mas também a misericórdia divina na preservação da vida.
Além desses aspectos, a Bíblia revela a ação redentora de Deus em favor do homem de maneira mais ampla:
1) O Anjo que Livrou Jacó (Gênesis 48:15,16):
Quando Jacó invoca o “Anjo que me livrou de todo o mal“, testemunhamos a ação redentora de Deus na vida individual. Isso demonstra que a redenção não é apenas um conceito legal, mas uma realidade viva na experiência pessoal.
2) Deus Libertando Israel do Egito (Êxodo 6:6):
A declaração de Deus sobre a libertação de Israel do Egito com “braço estendido” revela a dimensão cósmica da redenção. Não é apenas um ato legal ou social, mas um poderoso ato divino que transcende barreiras e conduz à liberdade plena.
Essa visão multifacetada da redenção no Antigo Testamento destaca não apenas a complexidade do conceito, mas também sua profundidade teológica. A redenção não é apenas um evento histórico; é um tema central que prepara o terreno para a revelação completa da graça redentora de Deus por meio de Jesus Cristo no Novo Testamento.
A Redenção no Novo Testamento
No Novo Testamento, a redenção é como uma obra divina exclusiva, realizada por meio da intervenção salvífica de Jesus Cristo conforme revelam os versículos s seguir:
Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
Efésios 1:7
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
Gálatas 3:13
Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
Gálatas 4:5
Este contexto estabelece a redenção como um ato gracioso de Deus em favor da humanidade, onde a garantia de remissão do pecador está baseada no preço do resgate pago a Deus Pai por meio do sacrifício de Jesus na cruz conforme os versículos abaixo:
O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.
Tito 2:14
Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.
Hebreus 9:12
18 Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, 19 Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
1 Pedro 1:18,19
A morte sacrificial de Jesus Cristo é o epicentro da obra redentora, e o Novo Testamento proclama essa verdade de maneira clara e enfática (Hebreus 9:25-28). Sua cruz não é apenas um evento histórico; é o ponto focal onde a divina redenção e a justiça se encontram para libertar a humanidade do poder do pecado.
Contudo, a plena consumação da experiência redentora aguarda a segunda vinda de Cristo, marcando o momento glorioso da glorificação final do crente conforme os textos a seguir:
Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.
Lucas 21:28
E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
Romanos 8:23
O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.
Efésios 1:14
Este aspecto ressalta que a redenção não é apenas uma transação passada, mas um processo contínuo que culminará na glorificação eterna dos redimidos.
O plano de redenção delineado no Novo Testamento não é um simples evento isolado; é uma magnífica revelação da obra missionária de Deus. Essa missão transcende o tempo e o espaço, fundamentada no amor de Deus que se manifesta de forma mais completa na oferta redentora de Seu Filho.
A cruz de Cristo não é apenas um meio de redenção, mas o testemunho supremo do amor incondicional de Deus por sua criação caída.
Portanto, a redenção, como anunciada no Novo Testamento, não é apenas uma transação teológica; é um convite para participar da narrativa redentora de Deus, experimentando e testemunhando a grandiosidade de Sua obra missionária que, no seu cerne, é uma expressão divina do amor redentor.