Quem foi a mulher adúltera: Significado e 6 lições da mulher pega em adultério

A história da mulher adúltera, registrado em João 8:1-11, revela o significado contrastante da bondade de Cristo e a perversidade humana.

Neste estudo bíblico, vamos conhecer quem foi essa mulher adúltera, sua história e as lições valiosas que podemos aprender com essa pecadora que alcançou o perdão e o favor de Deus.

Quem foi e qual o nome da mulher adúltera?

O nome desta personagem não está mencionado na bíblia. Sendo simplesmente descrita como “uma mulher apanhada em adultério“.

Por algum motivo João não faz questão de colocar o nome da mulher. Na verdade, não era o foco dele. O fato de o nome da mulher não aparecer é provavelmente porque o objetivo da história é ensinar sobre a graça e a misericórdia de Jesus, em vez de focar em um indivíduo específico.

O contexto de João 8:1-11

O desenrolar de todo o capítulo pode muito bem ter se originado nesse acontecimento extraordinário no templo.

Sem dúvida, a declaração de Jesus sobre ser a Luz do mundo (Jo 8:12) é cabível nesse contexto, como também o são suas palavras sobre o verdadeiro e o falso julgamento (Jo 8:15, 16, 26).

A frase repetida: “perecereis no vosso pecado” (Jo 8:21, 24) pode claramente estar relacionada ao julgamento da mulher, e, na verdade, o capítulo termina com uma tentativa de apedrejar Jesus, um paralelo perfeito com o episódio inicial. A transição de João 7:52 para 8:12 seria brusca demais sem essa passagem.

Jesus viu-se novamente em conflito com os líderes religiosos judeus; dessa vez, porém, prepararam uma armadilha para ele na esperança de conseguir provas suficientes para prendê-lo e se livrar dele. Sua conspiração não deu certo, mas foi seguida de uma controvérsia.

Neste capítulo, há uma série de contrastes que revelam a bondade de Cristo e a perversidade humana.

Explicação de João 8:1-11

Segundo Wiersbe, “A Festa dos Tabernáculos terminara, mas Jesus aproveitou a oportunidade para ministrar aos peregrinos que se encontravam no templo. Durante a festa, a notícia espalhou-se rapidamente: Jesus não apenas frequentava o templo, como ensinava publicamente naquele local (Lc 21:37), no pátio das mulheres, onde ficava a tesouraria do templo (Jo 8:20). Os escribas e fariseus sabiam onde ele estaria, de modo que se uniram para tramar contra ele.

Dificilmente um casal era pego no ato de adultério. Imaginamos se o homem (que, em momento algum, foi acusado!) fazia parte da conspiração. De acordo com a Lei, ambas as partes culpadas deveriam ser apedrejadas (Lv 20:10; Dt 22:22) e não apenas a mulher. É um tanto suspeito que o homem tenha sido liberado. Os escribas e fariseus trataram a questão de maneira brutal, interrompendo Jesus enquanto ensinava e empurrando a mulher para o meio do povo.

É evidente que os líderes judeus tentavam colocar Jesus em uma situação sem saída. Se ele dissesse que a mulher deveria ser apedrejada, perderia sua reputação de “amigo dos publicanos e pecadores”.

Sem dúvida, o povo o abandonaria e não aceitaria sua mensagem bondosa de perdão. Mas, se dissesse que a mulher não deveria ser apedrejada, estaria transgredindo a Lei abertamente e poderia ser preso.

Em mais de uma ocasião, os líderes religiosos tentaram jogar Jesus contra Moisés e, nessa situação, pareciam ter encontrado uma provocação perfeita (Jo 5:39-47; 6:32ss; 7:40).”

Em vez de julgar a mulher, Jesus julgou os juízes!

Wiersbe explica ainda, “certamente se indignou com a maneira como a trataram e com o fato de esses hipócritas condenarem outra pessoa em lugar de julgarem a si mesmos.

Não sabemos o que estava escrevendo no chão de terra do templo. Será que simplesmente lembrava àqueles homens que os Dez Mandamentos haviam sido escritos “pelo dedo de Deus” (Êx 31:18), e que ele era Deus? Ou, quem sabe, os lembrava da advertência em Jeremias 17:13?

De acordo com a Lei judaica, os acusadores deveriam atirar as primeiras pedras (Dt 17:7). Jesus não pedia que homens sem pecado julgassem a mulher, pois ele era a única Pessoa sem pecado ali presente. Se nossos juízes tivessem de ser perfeitos, os bancos dos tribunais estariam vazios.

Antes se referia ao pecado específico da mulher, que poderia ser cometido tanto com o corpo quanto com o coração (Mt 5:27-30). Condenados pela própria consciência, os acusadores saíram de cena em silêncio, deixando Jesus a sós com a mulher. Ele a perdoou e advertiu a que não pecasse mais (Jo 5:14).

Significado de “Vai e não peques mais”

De acordo com Wiersbe, “Não se deve interpretar esse acontecimento como um exemplo de que Jesus não tratava o pecado com rigor ou de que desrespeitava a Lei. A fim de perdoar essa mulher, um dia Jesus teve de morrer por seus pecados.

Além disso, Jesus cumpriu a Lei com tanto zelo que ninguém pôde acusá-lo justificadamente de opor-se a seus ensinamentos nem de menosprezar seu poder. Ao aplicar a Lei à mulher e não a si mesmos, os líderes judeus transgrediam tanto a letra quanto o espírito da Lei – e pensavam estar defendendo Moisés!

A Lei revela o pecado (Rm 3:20). E é preciso ser condenado pela Lei antes de ser purificado pela graça de Deus. A Lei e a graça são complementares, não concorrentes. Ninguém jamais foi salvo por guardar a Lei, mas ninguém foi salvo pela graça sem que antes tivesse sido convencido de seus pecados pela Lei. Antes de haver conversão, é preciso haver convicção da culpa.

O perdão de Cristo em sua graça também não é uma desculpa para pecar. Sua ordem foi: “Vai e não peques mais”. “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam” (Sl 130:4).

Essa experiência do perdão repleto de graça deve servir de motivação para o pecador penitente viver em santidade e em obediência para a glória de Deus.”

“Vai” significa que a mulher recebeu o perdão de Deus, e Jesus a restaura para seguir sua vida de cabeça erguida. “não peque mais” significa que embora, perdoada, não poderia voltar ao pecado. Ou seja, Jesus a libertou para uma nova vida.

História da mulher apanhada em adultério

história da mulher adúltera

No caso da mulher apanhada em adultério, não há informações sobre a forma como ela foi flagrada ou como foi conduzida ao templo. O fato de estar seminua sugere que ela pode ter sido arrastada até lá, o que indica uma possível violência em sua detenção.

Além disso, a motivação dos escribas e fariseus em trazer essa mulher diante de Jesus não era por um interesse em fazer justiça, mas sim em testar a autoridade e a sabedoria do mestre. Eles não trouxeram o homem com quem a mulher teria cometido adultério, o que mostra que a intenção não era apenas condená-la mas sim para prejudicar a Jesus.

Mas a resposta de Jesus foi genial. Ao escrever no chão, ele mostrou sua indiferença em relação às emoções e à provocação dos escribas e fariseus. Ao dizer “Aquele que entre vós está sem pecado seja o primeiro que lhe atire a primeira pedra”, Jesus colocou os acusadores no mesmo patamar da mulher, pois todos eram pecadores. E ao se baixar novamente para escrever na poeira, Jesus deixou claro que não estava interessado em condenar ninguém.

Quando todos os acusadores se retiraram, Jesus se dirigiu à mulher, que provavelmente estava apavorada e envergonhada, e só esperava uma chance de recomeçar sua vida sem julgamentos ou condenações.

Jesus porém lhe perguntou: Mulher, onde estão os seus acusadores? Ninguém te condenou? Então a mulher lhe respondeu: Ninguém Senhor! Jesus então repondeu para a mulher: Nem tampouco eu te condeno; vai e não peques mais.

Essa atitude de compaixão e misericórdia de Jesus foi um exemplo de amor e graça para a mulher e para todos os que testemunharam a cena.

Lições da mulher apanhada em adultério 

lições da mulher adúltera

1 – Tenha cuidado com as pessoas que não valorizam e protegem o seu valor

A história da mulher adúltera nos ensina que devemos ter cuidado com as pessoas que não valorizam e protegem nosso valor como seres humanos. Essas pessoas geralmente nos vêem como objetos ou peças de um jogo, usados ​​para sentir suas necessidades sem levar em consideração nossos sentimentos, sonhos e esperanças.

A história nos conta que arrastaram essa mulher seminua na frente de uma multidão, para apedrejarem até a morte. Sendo tratada como um objeto qualquer, e não como um ser humano. Os fariseus e escribas que a trouxeram a Jesus não se importavam com ela, apenas a usaram como uma armadilha para pegar Jesus.

É importante que, em nossos relacionamentos, estejamos cercados por pessoas que nos valorizam e nos respeitam. Pessoas que nos ajudam a tomar boas decisões e nos orientam para a luz, que nos avisam quando estamos indo na direção errada e nos encorajam a perseguir nossos sonhos e aspirações.

Devemos buscar estar em comunidade com pessoas que conhecem nosso valor em Cristo e nos honram por isso. Devemos nos cercar de pessoas que nos incentivam a crescer em nossa fé e nos apoiem em nossos esforços para seguir a vontade de Deus. Isso nos ajuda a crescer como seres humanos e como cristãos, e viver uma vida plena e satisfatória.

2. Sem amor o evangelho vira pura religiosidade

Os fariseus na história da mulher adúltera eram muito religiosos e cumpriam todas as leis e rituais da religião judaica. Eles pareciam ser muito devotos e espirituais, mas na verdade não tinham amor em seus corações. Eles estavam mais preocupados em julgar e condenar do que em amar e ajudar.

Isso nos mostra que a religião e a espiritualidade sem amor não honram a Deus. A Bíblia nos ensina que o amor é a essência de Deus e que Ele nos ama incondicionalmente. Devemos seguir as leis de Deus e sermos fiéis a Ele, fazendo isso com amor e compaixão. Se não temos amor em nossos corações, nossas ações religiosas são inúteis e vazias.

Portanto, devemos nos concentrar em amar a Deus e amar as pessoas ao nosso redor. Devemos buscar o amor e a compaixão em nossas vidas e deixar que isso guie nossas ações e decisões. Quando temos amor em nossos corações, honramos a Deus e vivemos uma vida espiritual abundante.

3. Não julgueis, mas reconheça o seu próprio pecado

Muitas vezes, é fácil cair na armadilha de julgar os outros sem reconhecer nossos próprios erros. Isso é especialmente verdadeiro em situações em que há clara violação da moral ou da lei, como no caso da mulher apanhada em adultério.

Os fariseus e escribas da época se concentraram em condenar a mulher sem reconhecer sua própria imperfeição. Eles não viram seu próprio pecado ao orquestrar a situação que levou ao adultério.

Além disso, o homem com quem a mulher estava envolvida também deveria ter estado presente, mas os fariseus não o julgaram. É possível que alguns deles também estivessem cometendo o mesmo pecado e, portanto, não desejassem um de seus próprios.

Infelizmente, essa mentalidade legalista e crítica ainda existe em nossos dias. Muitas pessoas estão sempre prontas para apontar o erro dos outros, mas não conseguem ver seus próprios defeitos.

No entanto, devemos nos lembrar que todos somos seres humanos pecadores e imperfeitos. Em vez de julgar, devemos mostrar compaixão e amor aos outros, independentemente de suas falhas.

Reconhecer nossa própria imperfeição e aceitar o amor e o perdão de Deus. Somente quando aceitamos nosso próprio pecado podemos mostrar verdadeira compaixão aos outros.

4. Devemos estar atentos as nossas escolhas

Devemos ter consciência em nossas escolhas, sabendo discernir que vivemos em um mundo cheio de problemas e imperfeições.

Quanto à mulher adúltera, é verdade que ela tinha problemas e fez escolhas que a levaram a uma situação. No entanto, os homens religiosos que prenderam tiveram motivações impuras e usaram sua situação para tentar prender Jesus. Isso não significa que a mulher era apenas uma vítima impotente da batalha cósmica entre Deus e Satanás.

Em vez de ver a vida como uma luta constante entre Deus e Satanás, é importante lembrar que Deus é um Deus de amor e misericórdia, e que Ele nos dá a liberdade de escolher e enfrentar as consequências dessas escolhas. É claro que a vida espiritual pode ser difícil às vezes, mas isso não significa que não podemos encontrar alegria e paz no meio às lutas e desafios.

Concentre-se, no entanto em confiar em Deus e em Seu amor e graça, sabendo que Ele está sempre conosco, independentemente das circunstâncias.

5. Deus é o único que sabe lidar com todas as nossas dificuldades

Quando os fariseus trouxeram uma mulher pega em adultério para Jesus, Ele não respondeu imediatamente. Isso foi uma armadilha para colocá-lo em uma posição difícil.

Se a resposta de Jesus fosse para que eles libertassem a mulher adúltera, os escribas e fariseus acusariam Jesus de violar a lei de Moisés. Se Jesus concordasse em apedrejar aquela mulher, com toda certeza o acusariam de violar a lei romana e seus ensinamentos.

No entanto, Jesus sabia exatamente como lidar com aquela situação. Com muita sabedoria e graça, respondeu aos Fariseus e escribas, de froma que os fez reconhecer que eram pecadores, também.

Quando você enfrentar problemas em sua vida, pode confiar em Deus para orientá-lo e ajudá-lo a encontrar uma solução. Ele é onisciente, onipotente e sempre tem uma estratégia para ajudá-lo a superar as dificuldades.

Não importa o que você esteja enfrentando – problemas no trabalho, conflitos familiares, problemas de relacionamento ou outros desafios – Deus está sempre lá para ajudá-lo. Você só precisa pedir a Ele e confiar que Ele tem a resposta certa.

Lembre-se de que Deus está sempre ao seu lado e quer o melhor para você. Confie Nele e você encontrará a força e a sabedoria para superar qualquer situação.

6. Deus quer tenhamos experiência para conhecermos quem Ele é

Deus é muito mais do que um avô carrancudo que está sempre pronto para punir os pecadores. Ele é amoroso, misericordioso e compassivo, e quer que você o conheça de maneira mais profunda e significativa.

Infelizmente, muitas pessoas são enganadas e influenciadas pelas mentiras do inimigo. Não sabendo discernir Jesus da forma em que Ele é. Eles podem estar tão preocupados em seguir as regras e as leis que esquecem de conhecer o Deus que as criou.

Mas, se você quer experimentar a verdadeira liberdade e alcançar os planos que Deus tem para você, precisa entender quem Ele é. Deus não deseja puni-lo por seus erros, mas deseja perdoá-lo e libertá-lo de toda culpa e vergonha.

Então, se você está lutando contra o pecado, saiba que Deus está pronto para perdoá-lo. Ele está esperando que você se aproxime dele, confesse seus pecados e permita que Ele trabalhe em sua vida. Quando você começa a conhecer a Deus de uma maneira mais profunda, você experimenta a verdadeira liberdade que só Ele pode oferecer.

Conclusão

Esta é uma história poderosa do amor, perdão e da graça de Deus. Embora as pessoas possam tentar usar nossos pecados e fraquezas contra nós, Deus está sempre nos dando uma chance de redenção.

Ele não se preocupa com o nosso passado, mas sim com o nosso futuro. Deus está sempre nos dando uma nova chance de recomeçar e nos tornarmos quem Ele sempre quis que fôssemos.

Quando sofremos algum tipo de acusação, Deus está lá para nos defender. Se nos sentimos perdidos, Deus nos guia de volta ao caminho certo. Quando estamos machucados, Deus nos cura.

Seu maior desejo é nos ver vivendo vidas santas e abundantes, cheias de alegria e paz. E Ele nos capacita a alcançar isso através de Seu amor e graça transformadora. Com Deus ao nosso lado, podemos enfrentar qualquer desafio e superar qualquer obstáculo.

Indiara Lourenço

Com mais de 20 anos atuando na Pregação e Ensino, Indiara possui experiência em ministério infantil, jovem e feminino. Estudante de Teologia e ministra aulas na EBD. Mãe, esposa e serva que ama fazer a obra de Deus. Contagia a todos com sua alegria e inspira com palavras motivadoras, deixando um impacto positivo por onde passa.

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