Salmo 9: Estudo versículo por versículo comentado e explicado

O Salmo 9 é uma das mais profundas e impactantes poesias da Bíblia Sagrada. Por meio de suas palavras, o salmista transmite sua gratidão e louvor a Deus, ressaltando Sua justiça e proteção diante dos inimigos e adversidades.

Neste estudo versículo por versículo, vamos explorar a mensagem central deste salmo, suas principais características, o contexto histórico em que foi escrito, além de uma análise detalhada de cada versículo. O objetivo é compreender a mensagem que ele traz e como podemos aplicá-la em nossas vidas hoje.

Junte-se a nós nesta jornada de reflexão e edificação espiritual!

Sobre o que é o Salmo 9

O Salmo 9 é uma expressão de gratidão e confiança de Davi em Deus, por Sua justiça e proteção. O salmo começa com Davi exaltando a Deus por ter defendido sua causa e garantida a vitória contra os inimigos, tanto pessoais quanto os que ameaçavam a nação.

Ele também convoca o povo a se unir em louvor, regularizando os feitos poderosos de Deus.

Davi também faz uma oração pedindo por novas libertações, desejando que sua experiência de livramento possa ser motivo de ainda mais louvor.

O salmo destaca ainda a justiça divina, que não só julga o mundo com retidão, mas também protege e cuida dos oprimidos e aflitos. Ao mesmo tempo, em que declara que os inimigos de Deus enfrentarão a destruição.

Quem escreveu o Salmo 9

O Salmo 9 foi escrito por Davi, conforme indicado no título do salmo. A expressão “Ao músico chefe sobre Muth-labben” sugere uma instrução musical, possivelmente referindo-se a um tom específico ou a um instrumento musical para acompanhar a execução deste salmo.

Embora o título mencione “Muth-labben”, há incertezas sobre o que exatamente isso significa. Alguns estudiosos interpretaram como uma referência à morte de Golias, de Nabal ou de Absalão. No entanto, é mais provável que se refira a uma melodia ou um estilo musical.

Contexto do Salmo 9

comentário salmo 9

O contexto em que Davi compôs este salmo parece estar ligado à vitória sobre inimigos, como os filisteus e outras nações vizinhas que se opuseram ao seu reinado.

Isso provavelmente ocorreu nos primeiros anos de seu reinado, quando Davi consolidou seu poder em Israel, derrotando adversários e assegurando seu lugar no trono, conforme descrito em 2 Samuel 5:8.

Qual é a mensagem do Salmo 9

O Salmo 9 destaca o louvor jubiloso de Davi a Deus, especialmente pelo cuidado divino com Israel e a justiça demonstrada ao julgar as nações que atacaram Seu povo.

A alegria de Davi em louvar ao Senhor é evidente em vários versículos (1, 2, 11, 14), refletindo um reconhecimento das ações de Deus em favor de Seu povo.

O salmo também traz uma mensagem marcante no tema do julgamento e da justiça de Deus (v. 4, 7, 8, 16, 19, 20), onde Deus é descrito como um justo juiz que governa a partir de Seu trono, julgando os inimigos de Israel e protegendo os oprimidos.

Salmos 9: Explicação e comentário versículo por versículo

explicação salmo 9

1-“EU te louvarei, SENHOR, com todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.” (Salmo 9:1)

Davi ao declarar esse primeiro verso do Salmo 9, ele expressa seu profundo reconhecimento e gratidão pelas ações de Deus em sua vida. Declarando que seu louvor é motivado pelas instruções divinas mencionadas nos versículos seguintes, onde Deus se manifesta como um defensor e juiz justo contra os inimigos de Davi.

A expressão “com todo o meu coração” mostra que seu louvor é completo e sincero, sem qualquer divisão em sua devoção.

Davi desejava demonstrar que seu louvor não é superficial, mas vem de um coração totalmente dedicado e comprometido com Deus.

Além disso, quando ele diz “contarei todas as suas maravilhas”, Davi revela o desejo de narrar os feitos de Deus, tanto que motivaram especificamente esse salmo quanto às muitas outras disposições e vitórias que Deus já realizou.

Ele quer que todos conheçam e reconheçam as grandes ações de Deus, e faz isso como uma expressão de sua gratidão e admiração pelo Senhor.

2- “Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo.” (Salmo 9:2)

O versículo 2 do Salmo 9 reflete um profundo reconhecimento da fonte da alegria e do louvor do salmista, enfatizando a centralidade de Deus em sua vida e sua confiança nas ações divinas.

Davi começa declarando: “Eu me alegrarei e me regozijarei em ti”, o que destaca que sua alegria não provém de si mesmo ou de suas conquistas, mas exclusivamente de Deus.

Essa afirmação enfatiza a importância de direcionar nossa felicidade e satisfação à Deus, que é uma verdadeira fonte de alegria.

Davi então esclarece que não se alegra em suas “realizações ou obras”, como sua sabedoria, riquezas ou conquistas. Ele rejeita a ideia de se orgulhar de seus próprios méritos, confirmando que qualquer sucesso ou vitória que tenha alcançado é resultado da graça de Deus.

Ao afirmar “mas no Senhor”, Davi indica que sua verdadeira alegria é encontrada em um relacionamento íntimo com Deus.

O autor de sua libertação e vitória, e é somente Nele que Davi coloca sua esperança. Essa alegria não é uma satisfação superficial, mas uma alegria profunda que vem de saber que Deus está presente e ativo em sua vida.

3- “Porquanto os meus inimigos retornaram, caíram e pereceram diante da tua face.” (Salmo 9:3)

Davi ressalta que os inimigos não conseguirão escapar ou se resguardar, mesmo que tentem fugir. Em vez disso, eles encontrarão obstáculos e impedimentos em seu caminho, que são colocados por Deus.

Essa metáfora sugere que a intervenção divina era como um bloqueio, impedindo os inimigos de terem sucesso em seus interesses malignos.

A expressão “diante da tua face” reflete a fé de Davi na presença ativa de Deus em sua luta. A ideia de que um simples olhar irado de Deus é suficiente para confundir e destruir os adversários. Realçando o imenso poder que Ele exerce sobre aqueles que se opõem ao Seu povo.

Pois afinal, a presença de Deus é uma força poderosa que leva os inimigos à derrota. Mostrando que a verdadeira vitória não vem do esforço humano, e sim do socorro divino.

4- “Pois tu tens sustentado o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente;” (Salmo 9:4)

O salmista afirma que Deus sustentou sua causa justa, especialmente quando ele foi atacado de maneira desproporcional e cruel por seus inimigos, sem provocação.

Deus interveio e defendeu sua causa. Demonstrando que o salmista estava se referindo a eventos passados ​​em que observava sua causa como correta. A intervenção divina em seu favor confirmou essa crença.

“Tu te assentaste no trono julgando retamente” sugere que Deus assumiu a posição de juiz, como se estivesse sentado em um banco de justiça para decidir sobre os méritos da causa do salmista antes de intervir.

Uma decisão não motivada por impulso, loucura, parcialidade ou favoritismo. Em vez disso, foi uma consideração justa e cuidadosa da situação, onde Deus, como juiz, determinou que o direito estava com o salmista e não com seus inimigos.

5- “Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente.” (Salmo 9:5)

O salmista refere-se à derrota dos inimigos de Deus, e alguns intérpretes, como o Targum e Kimchi, identificam essas nações como o povo dos filisteus. No entanto, outros escritores judeus entendem que isso pode se referir a Amaleque, o chefe das nações pagãs.

Sendo interpretada em um contexto mais amplo, referindo-se aos tempos do Evangelho e às repreensões dirigidas aos pagãos por meio da pregação, que condenam sua idolatria e superstição.

Especialmente nos últimos dias, essa repreensão se aplica aos estados anticristãos, como os papistas, chamados de gentios.

Esses inimigos serão consumidos por chamas de fogo. Resultando em sua completa extirpação, o que dará lugar a uma profunda paz e prosperidade nas igrejas cristãs, conforme profetizado em Isaías 2:4.

6- “Oh! inimigo! acabaram-se para sempre as assolações; e tu arrasaste as cidades, e a sua memória pereceu com elas.” (Salmo 9:6)

Ó tu, inimigo — Esta é uma apóstrofe repentina dirigida aos inimigos do povo de Deus, como os filisteus, amorreus ou outras nações que anteriormente causaram grande destruição e devastação entre eles.

As destruições chegaram a um fim perpétuo — Você, que antes devastou e destruiu o povo de Deus, agora se encontra diante do fim de suas ações.

Os cristãos, ao repetirem essas palavras, podem refletir sobre a queda sucessiva de impérios que, em diferentes épocas, perseguiram e oprimiram o povo de Deus.

Entre esses impérios são as monarquias assíria, babilônica, persa e grega. Todos esses impérios desapareceram e não deixaram vestígios significativos. O próprio memorial das grandiosas Nínive e Babilônia se perdeu de tal forma que o local onde estavam agora é irreconhecível.

O império romano foi o último dos poderes pagãos perseguidores, e quando a Igreja viu isso sob seus pés, bem poderia gritar: “As destruições do inimigo estão completas ao máximo!”

Quão feliz será esta canção no dia em que o último inimigo será para sempre destruído e o próprio mundo se tornará semelhante à Babilônia de hoje

7- “Mas o SENHOR está assentado perpetuamente; já preparou o seu tribunal para julgar.” (Salmo 9:7)

Embora as cidades tenham se tornado desoladas e o inimigo tenha obtido permissão para triunfar, e nações e pessoas tenham sofrido, Deus permanece sempre o mesmo. Ele não é afetado por essas mudanças e desolações; sem tempo de proteção, Ele intervirá, reivindicará Seu caráter e defenderá os oprimidos e injustiçados.

Embora os ímpios possam parecer prósperos por um tempo, essas incertezas não são garantidas. Os justos, mesmo quando se sentem abatidos e oprimidos, não permanecerão nessa condição para sempre.

Deus, o justo Juiz, se levantará para defendê-los e libertá-los.

A imutabilidade de Deus serve, portanto, como base de confiança para os justos e, ao mesmo tempo, como fonte de temor para os ímpios.

Os princípios eternos da justiça, que Deus sustenta, finalmente prevalecerão, demonstrando que a justiça divina é inabalável e, em última análise, triunfará sobre a injustiça.

8- “Ele mesmo julgará o mundo com justiça; exercerá juízo sobre povos com retidão.” (Salmo 9:8)

A palavra traduzida como “mundo” refere-se, como observa Ben Melech, a um termo geral que abrange todos os países do mundo habitável. Afirmando que o julgamento aqui é universal e ocorrerá com a retidão máxima, obedecendo a regras mais rigorosas de justiça e equidade.

Assim, chamamos de “justo julgamento de Deus” (Romanos 2:5; cf. Salmo 96:13).

Davi afirma que Deus “exercerá julgamento ao povo em retidão”, o que reiteraria a ideia expressa anteriormente, a menos que se interpretasse “mundo” como referindo-se aos ímpios e “povo” como o povo de Deus.

Nesse caso, o justo Juiz recompensará os fiéis com a coroa da justiça, ressaltando a certeza de que aqueles que seguem a Deus serão vindicados em meio ao julgamento universal.

9- “O SENHOR será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia.” (Salmo 9:9)

A palavra “misgab”, traduzida como “refúgio”, significa literalmente “uma fortaleza de colina”. A escolha dessa metáfora por Davi se justifica, pois ele frequentemente experimentou segurança em tais locais ao fugir de Saul (1 Samuel 23:14).

Assim, Deus se apresenta como um refúgio em tempos de angústia, ou seja, em períodos marcados por sofrimento e aflição.

A expressão “em tempos de angústia” aponta para a ideia de que Ele é um abrigo seguro para aqueles que estão imersos em dificuldades.

10- “Em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, SENHOR, nunca desamparaste os que te buscam.” (Salmo 9:10)

Davi afirma que “os que conhecem seu nome” se refere a todos que têm um entendimento genuíno do caráter de Deus, aqueles que já experimentaram ou ouviram falar de Sua bondade e fidelidade.

Conhecer o “nome” de Deus significa compreender sua natureza, seu caráter e suas promessas. Esse conhecimento profundo leva naturalmente à confiança, pois aqueles que realmente entendem quem Deus é sabem que Ele é digno de fé e de confiança.

Quanto mais conhecemos a Deus e compreendemos suas obras e revelações, mais somos direcionados a confiar nele plenamente. Isso se dá porque cada nova compreensão do caráter divino revela um Deus que é consistente em amor, justiça e misericórdia.

Sabendo que a confiança em Deus não é cega, mas fundamentada na experiência e no entendimento de seu caráter.

Ao dizer “Pois tu, Senhor, não abandoneste os que te buscas”, Davi reforça que Deus é fiel àqueles que o buscam com sinceridade e confiança.

Ele fala a partir de sua própria experiência pessoal, mas a mensagem tem um alcance universal: Deus nunca deixa aqueles que se voltam para Ele. Mesmo quando enfrentarmos dificuldades, podemos ter a certeza de que o Senhor permanece presente.

Ao contrário dos seres humanos, que podem se afastar de Deus, Ele permanece fiel e próximo daqueles que o procuram.

11- “Cantai louvores ao SENHOR, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos.” (Salmo 9:11)

Davi convida a todos a louvar ao Senhor, enfatizando que aqueles que reconhecem a grandeza de Deus não apenas buscam adorar com fervor, mas também desejam que outros se unam a esse entusiasmo.

Também, declara que Deus “habita em Sião”, mesmo que, embora a glória de Deus esteja especialmente presente no céu, Ele também se manifesta de maneira especial em Sua igreja, representada por Sião.

Ali, Ele encontra Seu povo com promessas e vitórias, e espera que os fiéis se aproximem d’Ele com louvores e serviço.

O chamado para declarar os feitos de Deus “entre os povos” aponta para a missão de tornar conhecidas como obras de Deus, não apenas entre os israelitas, mas também entre as nações.

12- “Pois quando inquire do derramamento de sangue, lembra-se deles: não se esquece do clamor dos aflitos.” (Salmo 9:12)

A mensagem deste verso trás a justiça de Deus em relação aos oprimidos e aqueles que são vítimas de violência. Mesmo que, em alguns momentos, pareça que Deus não está intervindo, o salmista garante que Ele certamente responsabilizará os culpados por seus atos e fará justiça.

O salmista realça que Deus “se lembra deles” — referindo-se aos humildes e oprimidos que depositam sua confiança n’Ele (Salmo 9:9-10). Embora pareça que Deus esteja distante ou que tenha se esquecido de seus sofrimentos, Ele está atento às suas dores e não ignora os clamores dos que sofrem.

Da mesma maneira, quando ele diz que “Deus não esquece o clamor dos humildes” o salmista trás a ideia de que Deus sempre se lembra daqueles que são injustiçados. E que, mesmo sem buscar vingança por si mesmos, entregam suas causas a Ele.

A palavra hebraica usada, עני (gnani), também é traduzida como “mansos” em outros contextos, como em Zacarias 9:9, e em Mateus 21:5. Esse termo descreve aqueles que, em vez de buscar justiça com suas próprias mãos, confiam em Deus para agir em seu favor, registrando-O como o justo juiz a quem a vingança pertence.

13- “Tem misericórdia de mim, SENHOR, […] tu que me levantas das portas da morte; Para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião, e me alegre na tua salvação.” (Salmo 9:13-14)

Davi, ao compor esse versos do Salmo 9:13-14, clama a Deus por atenção e misericórdia: “Considera o meu problema” é um pedido para que Deus olhe compassivamente para sua aflição e o liberte dela.

Ele se refere como aquele resgatado “extraídos da morte”, indicando que estava em uma situação de extremo perigo, próximo à morte, como alguém que está à beira da sepultura.

Davi promete que, ao sair dessa situação, ele proclamará o louvor de Deus “nos ocultos da filha de Sião”.

Os locais das cidades, como os de Sião, eram lugares onde as pessoas se reuniam para discutir assuntos importantes, tornando-se, assim, um espaço ideal para testemunhar publicamente as maravilhas de Deus. Ele faz um contraste entre os “portões da morte”, que simbolizam o perigo de morte iminente, e os “portões de Sião”, que representam a vida e a comunhão com o povo de Deus.

A expressão “filha de Sião” é uma forma poética de se referir aos habitantes de Jerusalém, destacando que as cidades, de modo figurado, são como mães de seus cidadãos.

Assim, ao ser livre do risco de morte, Davi se compromete a celebrar sua libertação junto ao povo de Deus, expressando alegria e gratidão pela “salvação” que recebeu, mostrando que esse louvor seria uma resposta adequada ao socorro de Deus em sua vida.

15 – “Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé.” (Salmo 9:15)

Essa declaração é um exemplo de louvor que Davi desejava expressar a Deus, celebrando a queda dos inimigos e a libertação do povo de Deus.

Neste contexto, os “pagões” representam as nações que se opõem a Deus e ao Seu povo. Embora alguns estudiosos como Kimchi interpretem isso como referência aos filisteus, a visão mais ampla é que se refere às nações que se aliam à idolatria e oposição ao reino de Deus.

Profeticamente, pode ser vista como uma referência à destruição daqueles que se aliam ao anticristo. Como mencionada no livro de Apocalipse, especialmente na batalha do Armagedom (Apocalipse 18:3, 18:21).

Sabendo que essa metáfora do poço é retirada das práticas de caçadores que cavavam buracos para capturar animais, mas que, ironicamente, acabam caindo neles.

Isso ilustra que os inimigos, por mais astutos que sejam, acabam sendo vítimas de suas próprias artimanhas.

O “poço” simboliza sua queda total, uma ruína da qual não consegue se recuperar. Da mesma forma, a “rede que eles colocaram” refere-se às armadilhas que preparam, mas nas quais acabam se emaranhando, limitando sua capacidade de fazer mal.

16- “O SENHOR é conhecido pelo juízo que fez; enlaçado foi o ímpio nas obras de suas mãos. (Higaiom; Selá.)” (Salmo 9:16)

Aqui, o salmista declara que Deus será reconhecido por meio de Seus julgamentos. Através de seus atos de justiça, Ele torna evidente sua sabedoria, poder, justiça e segurança para todos.

Em particular, a derrota do anticristo e dos poderes que se opõem a Deus será uma forma de revelar sua glória em toda a terra.

Além disso, esse verso ressalta que “o ímpio é apanhado na obra de suas próprias mãos”, mostrando que o próprio pecado do anticristo produz à sua ruína. Isso reflete a ideia de que as ações malignas resultam em consequências justas, de acordo com a justiça divina.

As palavras “Higgaion” e Selah indicam a importância de reflexão sobre esses julgamentos. Sugerindo que as ações de Deus contra os poderes do mal e a libertação de seu povo são motivos para meditação, alegria e louvor.

Os santos são chamados a olhar para esses eventos com gratidão. Pois demonstram a justiça e a soberania de Deus sobre toda a criação.

17- “Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus.” (Salmo 9:17)

Essas palavras referem-se ao destino final daqueles que vivem de forma dedicada aos caminhos de Deus.

A palavra “inferno” traduz-se literalmente como “Sheol”, um termo hebraico que se refere ao mundo dos mortos, o lugar dos espíritos que partiram desta vida.

Nesse contexto, a passagem aponta para a remoção dos ímpios da terra e sua entrada no Sheol, onde perdem tudo o que consideravam prazeroso e agradável na vida terrena.

Além dos ímpios, o versículo também inclui “todas as nações que se esquecem de Deus”, indicando que esse destino não é apenas para indivíduos, mas para grupos inteiros que negligenciam a existência e os ensinamentos de Deus.

Assim, as expressões “os ímpios” e “as pessoas que se esquecem de Deus” se complementam, demonstrando que tanto os que rejeitam Deus abertamente quanto os que simplesmente ignoram sua presença terão o mesmo destino.

18- “Porque o necessitado não será esquecido para sempre, nem a expectação dos pobres perecerá perpetuamente.” (Salmo 9:18)

Davi garante que os necessitados não serão esquecidos por Deus, pois o Senhor intervirá em favor deles, trazendo justiça e livrando-os das mãos dos opressores.

A expressão “não será esquecido” destaca a certeza de que, embora pareça que a injustiça prevalece por um tempo, Deus agirá, no tempo certo, para proteger os que clamam por socorro. Ele não permitirá que os ímpios continuem oprimindo os justos injustamente.

A promessa de que Deus virá ao auxílio dos necessitados é um lembrete de sua fidelidade e justiça, mostrando que Ele não desconsidera o sofrimento daqueles que dependem dele.

Quando o salmista fala da “expectativa dos pobres”, ele se refere à esperança e ao anseio dos aflitos pela libertação. Esses são aqueles que, em meio à aflição, esperam pela intervenção de Deus, acreditando que Ele trará socorro.

Davi afirma que essa expectativa não será frustrada para sempre. Embora possa passar por momentos de esperança, a resposta divina virá, e ela alcançou a justiça desejada.

A expressão “não perecerá para sempre” reforça que o sofrimento dos necessitados não será eterno. O uso do termo “não” destaca que Deus presta atenção ao clamor dos aflitos e que a esperança deles, ainda que pareça demorada, será atendida no tempo de Deus.

19 – “Levanta-te, SENHOR; não prevaleça o homem; sejam julgados os gentios diante da tua face.” (Salmo 9:19)

O verso 19 do Salmo 9 nos trás a memória o poder transformador da oração na vida do crente. As orações se configuram como as verdadeiras armas de combate espiritual, oferecendo suporte nas batalhas mais desafiadoras.

Quando enfrentamos situações que parecem impossíveis, é nesse momento que clamamos ao nosso grande aliado.

Deus, em Sua majestade, espera que a fé se manifeste, e, ao sinal do nosso clamor: “Levanta-te, Senhor”, Ele se levanta em nosso favor.

Mesmo quando a situação parece crítica, há esperança de restauração assim que o Todo-Poderoso se mobiliza.

A certeza é que ninguém pode prevalecer contra Deus. Ele age rapidamente, trazendo julgamentos que desmantelam a glória dos ímpios. À vista de Deus, aqueles que praticaram o mal enfrentarão a deficiência.

O mesmo Deus que é cheio de misericórdia e compaixão não hesitará em fazer justiça. Pois os ímpios não buscaram a Sua graça nem foram acusados ​​durante o tempo que tiveram.

20- “Põe-os em medo, SENHOR, para que saibam as nações que são formadas por meros homens. (Selá.)” (Salmo 9:20)

O salmista finaliza o Salmo 9 com um pedido para que Deus infunda pânico e terror nos adversários, semelhante ao que ocorreu com os sírios, quando cercaram Samaria e ficaram tomados pelo desespero (2 Reis 7:6-7).

A intenção é que, ao refletirem sobre suas ações, os inimigos percebam o quão arriscado é atacar o povo de Deus, como registrado em 2 Reis 6:23.

Essa oração também busca que as nações reconheçam sua verdadeira natureza, lembrando que são apenas homens. A palavra hebraica “enosh” descreve a fragilidade da humanidade – seres mortais e imperfeitos.

Essa lembrança de fraqueza é um chamado à humildade, que visa fazer com que os adversários entendam que, apesar de sua arrogância, não são mais do que criaturas limitadas e transitórias.

A palavra “Selah” que aparece novamente neste contexto, reforça a importância da reflexão sobre essas verdades. Embora tradicionalmente interpretada como uma pausa musical, sua posição ao final do salmo sugere um momento de meditação mais profundo, instigando os ouvintes a ponderar sobre a soberania de Deus e a vulnerabilidade humana.

Enfim, assim, o versículo não apenas expressa um pedido por proteção, mas também enfatiza a necessidade de um reconhecimento coletivo da supremacia divina em contraste com a fragilidade do ser humano.

Estudo em vídeo do livro do Salmos

Indiara Lourenço

Com mais de 20 anos atuando na Pregação e Ensino, Indiara possui experiência em ministério infantil, jovem e feminino. Estudante de Teologia e ministra aulas na EBD. Mãe, esposa e serva que ama fazer a obra de Deus. Contagia a todos com sua alegria e inspira com palavras motivadoras, deixando um impacto positivo por onde passa.

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