João 7:38 Significado de “Rios de água viva correrão do seu ventre”

João 7:38 – ACF (Almeida Corrigida Fiel)

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.”

Traduções Bíblicas de João 7:38 (Versões)

João 7:38 – NAA (Nova Almeida Atualizada)

“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.”

João 7:38 – NVT (Nova Versão Transformadora)

“Pois as Escrituras declaram: ‘Rios de água viva brotarão do interior de quem crer em mim.”

NTLH João 7:38 (Nova Tradução Linguagem de Hoje)

“Como dizem as Escrituras Sagradas: Rios de água viva vão jorrar do coração de quem crê em mim.”

João 7:38 Contexto Resumido

João 7:37–52 mostra como o ministério público de Jesus desafia as visões tradicionais do judaísmo. Isso causa lutas internas entre o povo e os próprios líderes judeus. As pessoas ouvem Suas palavras, veem Seus milagres e começam a se perguntar se Jesus realmente é o Prometido. Mais uma vez, os líderes religiosos tentam prender Jesus, mas os oficiais ficam tão impressionados com Suas palavras que o deixam em paz. Quando Nicodemos, um fariseu, pede o devido processo legal, ele é escarnecido e sua sugestão é ignorada. Momentos como esse acabarão por levar os líderes judeus a medidas extremas contra Jesus.

Explicação e Comentário de João 7:38

Durante a festa dos tabernáculos (cabanas), Israel lembrou-se da intervenção milagrosa de Deus durante seu tempo no deserto. Como parte da celebração, os sacerdotes levavam água para o altar no templo, relembrando a provisão de água da rocha feita por Deus (Êxodo 17:1–7). 

No último e mais importante dia da festa, os sacerdotes circundavam o altar sete vezes com um recipiente com água. Este é o momento em que Jesus faz essa afirmação, que começou no versículo 37. Essas palavras continuam um tema que Jesus já havia usado antes, inclusive com a mulher samaritana em Sicar (João 4:10-13) e as pessoas perto da costa da Galiléia (João 6:35).

A referência de Jesus às Escrituras aqui provavelmente inclui mais de um único versículo ou passagem. Provérbios 18:4 e Zacarias 14:8 envolvem temas semelhantes. Dada a conexão do ritual sacerdotal com a história da água da rocha, Jesus poderia ter o Salmo 78:12-16 em mente. 

Da mesma forma, a ideia de que a vida, ou a verdade de Deus, é um rio ou fonte é comum na Bíblia. A imagem implica algo vivo, puro e doador de vida (Apocalipse 22:1–2).

Conforme usado por Jesus, esta fonte interna, ou corrente, é indicativa do Espírito Santo, que vem viver dentro de todos os que chegam à fé em Cristo. Essa habitação, no entanto, não começará até depois da ascensão de Jesus (Atos 2:1–4), um ponto abordado no versículo seguinte.

“Quem crê em mim, como diz a Escritura”

Quem crer como diz a Bíblia, não como dizem as pessoas. Ou seja, nossa fé precisa estar fundamentada na verdade sobre Jesus. Então, cuidado para não crer em doutrinas não bíblicas.

O que diz a Bíblia sobre Jesus? O que Ele fez, o que Ele disse? Creia na palavra de Deus. Não em tradições, crenças ou falsas doutrinas.

“Rios de água viva correrão do seu ventre.”

Água viva que simboliza o mover do Espirito Santo na vida do crente. Em Gênesis 1:2 diz que “o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” Ou seja, o Espírito Santo está sempre se movendo na vida do crente para transformá-lo numa pessoa melhor.

Em Ezequiel 47, as águas saravam e purificavam simbolizando a ação do Espírito Santo. Onde o rio passava, havia vida. Um cristão cheio do Espírito Santo por onde passa, transforma o ambiente gerando vida e não morte.

Porque, agora, essas águas correm do ventre. O Espírito Santo habita dentro de cada crente salvo em Jesus.

Comentários sobre o que Significa João 7:38

Comentários sobre o que Significa João 7:38

Comentário de Wiersbe (Contexto João 7:38)

O sétimo dia encerrava a festa. Era o dia em que os sacerdotes marchavam sete vezes ao redor do altar entoando o Salmo 118:25 e, pela última vez, derramavam a água tirada do tanque de Siloé. É provável que, quando estava sendo derramada a água que simbolizava aquela que Moisés havia tirado da rocha, Jesus levantou-se e, em alta voz, fez seu convite aos pecadores sedentos.

Diz-se que, nesse mesmo “grande dia“, o vigésimo primeiro dia do sétimo mês, o profeta Ageu fez uma profecia especial sobre o templo (Ag 2:1-9). Apesar de seu cumprimento final aguardar a volta de Cristo à Terra, certamente ocorreu um prenúncio de seu cumprimento parcial quando Jesus foi ao templo. Ageu 2:6, 7 é citado em Hebreus 12:26-29 com relação à volta do Senhor.

Jesus referia-se à experiência de Israel relatada em Êxodo 17:1-7. Aquela água não passava de uma imagem do Espírito de Deus. Todos os que cressem não apenas beberiam da água viva, mas também se tornariam canais dessa água para o mundo sedento!

Apesar de não haver qualquer Escritura profética específica sobre “rios de água” fluindo daquele que crê, não faltam versículos paralelos a essa ideia: Isaías 12:3; 15; 32:2; 44:3 e 58:11; Zacarias 14:8. É interessante observar que Zacarias 14:16 fala da futura Festa dos Tabernáculos, quando Cristo for Rei.

A água para beber é um dos símbolos do Espírito Santo na Bíblia (a água para lavar é um dos símbolos da Palavra de Deus; ver João 15:3 e Efésios 5:26). Assim como a água sacia a sede e produz fecundidade, também o Espírito de Deus sacia o ser interior e permite que dê frutos. Na festa, os judeus reconstituíam uma tradição que jamais poderia saciar o coração. Jesus ofereceu água viva e saciedade eterna!

Comentário de Beacon João 7:38

O clímax do significado da vida, dos ensinos e da morte de Cristo, como relatado na Festa dos Tabernáculos, veio no último dia, o grande dia da festa (37). O fato de Jesus ter vindo a esta festa onde o povo estava agitado, erigindo tendas em memória da presença protetora e orientadora de Deus no deserto, recorda-nos que “o Verbo se fez carne” (1:14) e “verdadeiramente habitou em meio ao seu povo”.

O ritual do último dia da festa, que simbolizava a entrada dos israelitas em Canaã, era um plano cuidadosamente trabalhado. As multidões de peregrinos estavam em uma disposição festiva. Cada peregrino levava, na sua mão direita, o lulabh, um ramo de murta e um de salgueiro atados de cada lado de uma palmeira. Na sua mão esquerda estava o ethrog, ramos de árvores sagradas, a chamada árvore do paraíso, uma espécie de limoeiro (Lv 23:40).

Os peregrinos dividiam-se em três grupos. Um preparava-se para o sacrifício matinal no Templo. Outro juntava os ramos de salgueiro para adornar o altar. O terceiro grupo, o mais importante, ia até o tanque de Siloé (João 9:7), de onde o sacerdote trazia água em um jarro dourado até o Templo, despejando-a na base do altar, como uma oferta líquida ou libação. Enquanto a água era derramada, o grande Halel (SI 113-118) era entoado em duas vozes.

Beacon comenta João 7:38

Alguns pensam que foi imediatamente depois do rito simbólico de derramar a água, com a resposta em duas vozes, que Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre (ou coração; 37-38).

Este acontecimento no último dia, o grande dia da festa (37) ressalta diversas ideias de grande importância.

Em primeiro lugar, temos Siloé (enviado), lembrando-nos que, na nova ordem, Jesus é o Enviado do Pai e pelo Pai, e Ele cumpre tudo o que já representado pelo tanque e pela cerimônia de derramamento da água.

Em segundo lugar, pode-se ver que o que era externo e limitado, trazido do exterior para o Templo, agora se torna interno, dinâmico, fluente e abundante.

E em seguida, a vida cheia do Espírito está caracterizada pela abundância, tanto com relação à sua Fonte, Jesus, a Rocha golpeada e da qual flui a corrente da vida (Nm 20:8; 1 Co 10:4), como em relação ao seu fluxo, que deve alcançar todos os homens em todas as nações (Lc 24:47-49; At 1:8).

Finalmente, o relato anuncia o fato de que Jesus tornou o Pentecostes possível. “Todo o simbolismo da festa, começando com a colheita concluída, da qual era uma festa de ação de graças, apontando para o futuro… a cerimônia do derramamento de água considerada de vital importância, a ponto de dar à festa o nome de “Casa do Derramamento de Água” e simbolizava o derramamento do Espírito Santo”.

Esta é a intenção óbvia do escritor do Evangelho, que comentou: “E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (39).

Comentário de Ellicott

Aquele que crê em mim... Temos aqui um avanço no pensamento: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”. Isso representava a satisfação da mente individual. Isso ensina a verdade mais completa de que todo aquele que vive em comunhão com Cristo torna-se o centro da influência espiritual. Há nele um poder de vida que, quando vivificado pela fé, flui como um rio, levando vida e refrigério aos outros. Nenhum espírito compreende uma grande verdade que satisfaça seus próprios anseios como as águas da fonte saciam a sede física, sem desejar transmiti-la a outros que buscam o que ele mesmo buscou. 

As palavras exatas “Do seu ventre fluirão rios de água viva” não se encontram em nenhuma parte das Escrituras Canônicas do Antigo Testamento, mas o próprio Cristo as profere com a fórmula da citação. 

Essa referência frequente ao poder revigorante e vivificante da água é mais natural no Oriente, onde a seca é um mal terrível, e um poço de água é uma bênção sempre procurada como a primeira necessidade da vida.

A abundância é sugerida pelo contraste entre a pequena quantidade derramada no Templo e os rios que fluíam da rocha atingida no deserto. A embarcação que carregavam continha apenas três toras, ou cerca de um litro, de água, trazidas do tanque de Siloé. Este foi derramado através de uma tigela de prata perfurada. 

Na interpretação espiritual a água não deve ser levada ao Templo, pois todo crente será um templo do Espírito Santo e uma fonte de vida. Não será uma quantidade limitada em vasos de ouro e prata, mas será como rios transbordando em sua força e plenitude.

Comentário Conciso de Matthew Henry

João 7:38 – No último dia da festa dos tabernáculos, os judeus tiravam água e a derramavam perante o Senhor. Supõe-se que Cristo aludiu a isso. Se alguém deseja ser verdadeiramente e para sempre feliz, que se entregue a Cristo e seja governado por ele. Essa sede significa fortes desejos por bênçãos espirituais, que nada mais pode satisfazer. Assim, as influências santificadoras e consoladoras do Espírito Santo foram intencionadas pelas águas que Jesus os chamou para vir a Ele e beber. 

O conforto flui abundante e constantemente como um rio; forte como um riacho para derrubar a oposição de dúvidas e medos. Há uma plenitude em Cristo, de graça por graça. O Espírito que habita e opera nos crentes é como uma fonte de água viva e corrente, da qual fluem abundantes correntes, resfriando e purificando como água. Não esperamos os dons milagrosos do Espírito Santo, mas podemos aplicar suas influências mais comuns e valiosas. Essas correntes fluíram de nosso Redentor glorificado até esta era e até os cantos remotos da terra. Que possamos estar ansiosos para torná-los conhecidos por outros.

Comentário de Matthew Poole

Frequentemente tivemos ocasião de abrir o prazo de crer em Cristo. Pode-se duvidar se essas palavras, como as Escrituras disseram, devem se referir à primeira ou à última parte do texto. Se para o primeiro, expressam aquela fé à qual a seguinte promessa se faz, que não é nenhum consentimento ou um leve crédito à palavra; mas uma fé como a Escritura falou, como aquela fé que justifica e salva. 

Do seu ventre fluirão rios de água viva. O sentido geral das promessas, de que sua alma abundará com todas as influências salvadoras e confortáveis ​​da graça salvadora. O ventre ou interior significa o coração, aquela parte do homem chamada de coração estando no interior.

O fluir dos rios de água significa a abundância de influências espirituais com as quais os crentes serão supridos; seja alegria, conhecimento, dons espirituais ou graças. Se alguém perguntar, onde a Escritura fala isso? Eu respondo, em todas aquelas promessas que encontramos no Antigo Testamento, sobre o derramamento do Espírito.

Estudo em vídeo de João 1-12

André Lourenço

Bacharel e professor de Teologia, Graduado em Gestão da Qualidade e Pós Graduado em Psicologia nas Organizações, André possui mais de 17 anos de experiência na pregação e ensino da Bíblia. É autor de cursos de Homilética e Hermenêutica. Já escreveu centenas de estudos bíblicos e ministra na EBD. Se considera um eterno aprendiz e apaixonado por Compartilhar a Palavra de Deus!

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