4 motivos da dúvida dos discípulos na ressurreição de Jesus

Antes de mais nada é importante reconhecer que os discípulos de Jesus estavam sendo moldados. Meu querido, se coloque no lugar deles. Então vamos lá! Jesus preveniu seus discípulos sobre seu futuro sofrimento em diversas ocasiões, incluindo três instâncias específicas mencionadas em Mateus 16:21; Marcos 8:31; Lucas 9:31-32, Mateus 17:20-23; Marcos 9:30-32; Lucas 9:43-45 e Mateus 20:17-19; Marcos 10:30-34; Lucas 18:31-34.

Durante a Última Ceia, Ele explicou o significado do cálice como sendo Seu sangue da Nova Aliança e alertou sobre a presença de um traidor entre eles.

Apesar dessas advertências, os discípulos estavam focados em si mesmos e suas ambições, e muitos esperavam um Messias guerreiro que libertaria Israel do domínio romano.

Além disso, eles falharam em ficar acordados e orar com Jesus no Jardim do Getsêmani, e quando receberam notícias da ressurreição, inicialmente duvidaram por quatro razões específicas.

Aqui estão 4 motivos pelos quais eles duvidaram da ressurreição no início:

1: A familiaridade dos discípulos com a humanidade de Jesus dificultou a aceitação de Sua divindade

Um dos motivos pelos quais os discípulos duvidaram da ressurreição foi por estarem muito familiarizados com a humanidade de Jesus.

Como o Filho de Deus apareceu na Terra como o Filho do Homem, Ele não se destacava na multidão e não apresentava atributos divinos óbvios, como uma auréola ou um trono em Jerusalém. Sua simplicidade e humildade foram surpreendentes para muitos, dificultando a aceitação de Sua divindade.

Além disso, os moradores de sua cidade natal, Nazaré, O viram crescer e O consideravam como filho de José, impedindo que eles acreditassem que Ele era o Salvador.

Durante os três anos e meio que os discípulos andaram e ensinaram com Ele, eles O viram em seu corpo físico, cansado e sujo, e apesar de saberem que Ele era o Filho de Deus, sua humanidade era tão aparente que o lado divino Dele pode ter sido facilmente esquecido em sua convivência diária.

Eles estavam muito familiarizados com sua humanidade. Me desculpe, mas precisamos cuidar para não acontecer o mesmo conosco.

2: Foco no natural obscureceu o espiritual

A mente dos seguidores de Jesus nem sempre estava focada no reino espiritual que o Todo-Poderoso enviou Seu Filho para estabelecer na Terra.

Embora tenham testemunhado milagres que nunca haviam sido vistos antes, quando a manifestação sobrenatural acabava, eles voltavam ao seu modo limitado de pensar.

Logo após a multiplicação dos pães e peixes, eles lutaram contra uma tempestade e pensaram que viam um fantasma andando sobre as águas até que Jesus os chamou (Mateus 14:25). Pedro, pelo menos, teve um breve momento de fé e saiu do barco para caminhar em direção ao seu Mestre na água.

Na segunda vez em que se encontraram diante de uma multidão faminta, eles não se lembraram da multiplicação anterior dos pães e peixes, e questionaram como poderiam alimentar tantas pessoas em um lugar remoto (Mateus 15:33).

Além do evento na montanha em que Pedro, Tiago e João testemunharam a transfiguração do Filho do Homem na glória do Filho de Deus, o corpo de Jesus era tão natural quanto o deles. Eles sabiam que Ele era divino, mas ainda lidavam com as limitações humanas da carne e do sangue.

No domingo, Maria Madalena e a mãe de Jesus foram ao túmulo para ungir Seu corpo. Sua preocupação estava na sepultura, não na pessoa ressuscitada. Eles se perguntaram como poderiam mover a pedra da entrada do sepulcro (Marcos 16:1-3).

3. Eles não compreenderam o propósito do Salvador

Os discípulos falharam em compreender a verdadeira missão de Jesus. Os fariseus, embora lembrassem do que Ele disse sobre ressuscitar dos mortos, não O reconheceram como o Messias.

Seus próprios irmãos O consideravam louco. Triste isso, não acha? Eles esperavam que Ele libertasse Israel do domínio romano, mas não entenderam que Sua missão era dupla.

Primeiro, Ele precisava se tornar o cordeiro sacrificial para destruir o pecado, e depois julgaria o mundo e governaria com justiça na terra.

A crucificação e a escuridão da sepultura deixaram os discípulos desanimados. Eles se perguntaram por que Ele não impediu que isso acontecesse, especialmente depois de ressuscitar outros dentre os mortos. Eles não confiaram nas escrituras e profecias para discernir o propósito do Salvador.

Mas o Cristo ressurreto repreendeu os discípulos de Emaús por não acreditar em tudo o que os profetas disseram. Ele explicou que o Messias teve que sofrer e entrar em Sua glória. Os discípulos precisavam entender que a missão de Jesus não era apenas para libertar Israel, mas para oferecer salvação a todo o mundo.

4. O controle do medo sobre os discípulos diante da ressurreição de Jesus

Após a prisão de Jesus, todos os homens fugiram do local com medo de serem presos também (Marcos 14:50).

Maria Madalena foi a primeira a quem Cristo apareceu após a ressurreição e Ele lhe deu a tarefa de proclamar a boa nova de que Ele estava vivo. Ela foi até os seguidores ocultos e disse-lhes que tinha visto o corpo imortal do Senhor, mas eles não prestaram atenção à sua testemunha ocular.

Quando ouviram que Jesus estava vivo e que ela o tinha visto, não acreditaram (Marcos 16:11). Outras mulheres estavam com Maria Madalena e contaram aos apóstolos o que havia acontecido, mas suas palavras pareciam-lhes contos ociosos, e eles não acreditaram nelas (Lucas 24:8-11).

As leis judaica e romana não consideravam válido o testemunho de uma mulher, mas o Senhor escolheu aparecer primeiro para as mulheres, anulando assim a lei que desvalorizava as mulheres. Os discípulos também não aceitaram o relato dos dois de Emaús (Marcos 16:13).

Mas, finalmente, eles decidiram ver por si mesmos. Pedro e João correram ao sepulcro e não encontraram nada além do lençol de linho (João 20:3-7). O Cordeiro pascal materializou-se para eles em uma sala com a porta fechada. Tomé não estava nesta reunião e ainda não percebeu a verdade quando seus amigos lhes disseram que o Cristo ressurreto os visitou (João 20:19-20).

Tomé queria uma prova substancial e a Divindade deu a ele na próxima visita. Mas o Senhor também disse a esse discípulo que era melhor ver pela fé do que ver com os olhos (João 20:29).

Em outra ocasião, Jesus repreendeu a incredulidade deles quando se juntou aos onze enquanto comiam e os repreendeu por sua falta de fé e sua obstinada recusa em acreditar naqueles que o viram depois que ele ressuscitou (Marcos 16:14).

Embora outros tenham visto Seu corpo ressuscitado, ainda duvidaram (Mateus 28:16-17). A única explicação poderia ser dureza de coração e o controle do medo sobre eles.

Conclusão

Para resumir e recapilar, há quatro motivos principais que explicam por que os discípulos de Jesus duvidaram da ressurreição no início:

• Em primeiro lugar, sua familiaridade com a humanidade de Jesus dificultou a aceitação de Sua divindade.
• Em segundo lugar, o foco no natural obscureceu o espiritual, impedindo que compreendessem o que estava acontecendo.
• Em terceiro lugar, eles não compreenderam o propósito do Salvador.
• E, por fim, o controle do medo sobre os discípulos diante da ressurreição de Jesus os impediu de acreditar na testemunha ocular de Maria Madalena e de outros seguidores.

No entanto, com o tempo, eles foram convencidos da verdade e se tornaram os principais pregadores da mensagem da ressurreição. Fica a dica!