O que é redenção: Significado importante para os cristãos na Bíblia

De fato, a Bíblia declara que toda a criação geme, ansiando por redenção. 

“Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” (Romanos 8:22-23)

Definição de Redenção

Segundo o dicionário, a palavra redenção significa o resgate do gênero humano por Jesus Cristo, auxílio, proteção que livra de situação difícil; salvação.

A redenção está tanto no Antigo quanto no Novo Testamento da Bíblia. No Antigo Testamento, a redenção envolve a libertação da escravidão, com base no pagamento de um preço por um redentor. 

As palavras-raiz hebraicas usadas com mais frequência para o conceito de redenção são pada, gaal e kapar

O verbo pada é um termo legal referente à substituição necessária para a pessoa ou animal entregue. O verbo gaal é um termo legal para a libertação de alguma pessoa, propriedade ou direito, ao qual se tinha uma reivindicação anterior por meio de relação familiar ou posse. O significado do terceiro verbo, kapar, é cobrir.

Fundamental para a mensagem do Novo Testamento é o anúncio de que Jesus de Nazaré é o cumprimento da esperança messiânica de Israel e que, nele, chegou a tão esperada redenção. 

A libertação da humanidade de seu estado de alienação de Deus se deu através da morte e ressurreição de Cristo (Rm 4:25; 2 Co 5:18-19). 

No Novo Testamento, a redenção exige o pagamento de um preço, mas a situação que exige tal resgate é moral, não material. A humanidade é mantida no cativeiro do pecado do qual somente a morte expiatória de Jesus Cristo pode libertar.

A redenção é necessária

Quando a vida fica difícil, tendemos a dizer que precisamos de uma pausa. No entanto, o que realmente precisamos, é da redenção. Em vez de obter uma trégua momentânea da loucura que nos cerca, a redenção é a promessa de Deus de nos libertar do poder e da presença do pecado.

Se essa promessa parece boa demais para ser verdade, considere o fato de que o mundo costumava funcionar da seguinte maneira. 

Antes de sua rebelião, Adão e Eva tinham comunhão ininterrupta com Deus, intimidade inigualável um com o outro e prazer imperturbável em seu ambiente edênico. 

Nunca houve uma época como a deles em que os humanos exerceram domínio bíblico sobre a criação, complementando-se mutuamente tão completamente e com alegria vivida cada momento de cada dia sob o governo de Deus. 

Contudo, a Bíblia prevê um dia em que esses relacionamentos quebrados se restaurarão para sempre. 

O povo de Deus herdará uma nova terra que produz alimento abundante sem o suor de seu rosto e sem a ameaça de espinhos (Apocalipse 22:2). 

Eles nunca sentirão dor ou farão com que outros sofram de qualquer tipo, pois suas lágrimas foram eternamente enxugadas (Apocalipse 21:4).

 A morte não mais assombrará os vivos, como cordeiros gentis descansarão lado a lado com lobos anteriormente carnívoros (Is 11:6). 

O melhor de tudo, Deus habitará com seu povo (Apocalipse 22:3). Nada impuro entrará na nova criação. 

Não haverá árvores que enganam ou serpentes que tentam. Adoração, sem preocupação, caracterizará a família de Deus em um mundo sem fim. 

Em apenas uma palavra, este mundo caído estará redimido.

As duas realidades premissas da cosmovisão cristã

A cosmovisão cristã tem como premissa duas realidades: o mundo bom de Deus estragado pelo pecado humano (queda) e os humanos pecadores preparados para desfrutar de Deus para sempre (redenção). 

Apesar da queda, o mundo continua funcionando. Após a queda, o filho mais velho de Adão e Eva mostrou-se notavelmente hábil em navegar pela vida. Caim casou-se com uma mulher e amou seu filho (Gênesis 4:17). 

Apesar da maldição da terra, Caim tornou-se agricultor e depois construtor de cidades (Gênesis 4:3, 17). Até os descendentes de Caim eram conhecidos por suas proezas criativas, incluindo avanços no pastoreio de gado, tocando instrumentos musicais e desenvolvendo armas robustas (Gênesis 4:20-22). 

Simplificando, mesmo as pessoas caídas em um mundo caído de alguma forma conseguem contribuir para o progresso humano.

Por outro lado, mesmo pessoas moralmente corretas conseguem confirmar a situação humana. Noé é um homem que, no meio de um esgoto moral, conseguiu encontrar graça aos olhos de Deus (Gênesis 6:8). 

Sua habilidade se vê através da construção de uma arca, ao qual resistiu à tempestade mais destrutiva de todos os tempos. Sua atenção aos detalhes poupou não apenas sua vida, mas também a de sua família e todo o reino animal (Gênesis 6:14-22). 

No entanto, apesar da graça de Deus para com ele, Noé mais tarde ficou bêbado e desmaiou nu em sua tenda (Gênesis 9:20-21). Quando ele acordou, ele amaldiçoou as gerações ainda por nascer (Gênesis 9:24-25). 

Este dificilmente é o comportamento que se esperaria do homem que Deus usou para resgatar o mundo, mas a vida de Noé confirma que “não há um justo, nem um sequer” (Romanos 3:10).

A redenção já foi iniciada, porém não concluída

Os seres humanos ainda retêm a imagem de Deus, que explica qualquer aparência de bondade e permite qualquer senso de progresso (Gênesis 1:26-27; 9:6). 

No entanto, a vida não é como deveria ser neste mundo caído. Os teólogos divergiram sobre os meios pelos quais o pecado de Adão passou a todas as pessoas, mas a realidade da morte fornece confirmação suficiente de que ninguém está isento (Romanos 5:12). 

Embora Charles Manson e Billy Graham tenham tomado caminhos completamente diferentes com suas vidas, ambos estão sujeitos à sentença de morte, assim como você e eu. “Por natureza filhos da ira” (Efésios 2:1-3).

A redenção é a reversão da queda 

Em parte, essa reversão significa que aqueles que estavam espiritualmente mortos são vivificados (Efésios 2:5) e aqueles que eram filhos da ira agora são filhos de Deus (1 João 3:1). 

Embora a Bíblia reconheça que as pessoas caídas podem fazer contribuições positivas para o mundo como um todo, a Bíblia é bem clara que ninguém pode contribuir com nada positivo para sua própria redenção (Romanos 3:23-28). 

A única pessoa qualificada para desfazer os efeitos da queda é Jesus Cristo que, como o eterno Filho de Deus encarnado pela Virgem Maria, foi isento de herdar o pecado de Adão. 

Isso não quer dizer que ele não sofreu tentação, pois viveu em um mundo caído e experimentou lutas genuínas que todos os humanos enfrentam (Hebreus 2:14-18).

No entanto, a Bíblia afirma inflexivelmente que Jesus nunca pecou (2 Coríntios 5:21; Hebreus 4:15; 1 Pedro 2:22) e, portanto, se concentra somente nele como aquele que pode tornar humanos pecadores aptos a adorar um Deus santo (Atos 4:12). 

Mesmo a morte de Jesus não foi o resultado de nenhum pecado que ele cometeu, mas sim o ato de amor mais gracioso já demonstrado, onde ele tomou sobre si os pecados do mundo para que todos os que nele cressem fossem salvos (Romanos 5:6-11).

O Grande Quadro da Redenção na Bíblia

A doutrina da redenção se estende até mesmo além da questão da salvação individual. Durante sua vida, Jesus forneceu provas abundantes de sua capacidade de restaurar completamente um mundo caído. 

Ele demonstrou seu senhorio sobre o céu quando acalmou as tempestades no mar (Marcos 4:35-41); ele demonstrou seu senhorio sobre o inferno quando expulsou demônios de um homem perturbado (Marcos 5:1-20); Jesus demonstrou seu poder, quando curou uma mulher de sua doença incurável (Marcos 5:24-34); também, demonstrou seu domínio sobre a morte quando ressuscitou uma jovem dos mortos (Marcos 5:35-43). 

Com estes e inúmeros outros milagres (João 20:30-31; 21:25), Jesus forneceu amplas razões para concluirmos que este mundo conturbado não é o nosso lar. Ele mesmo fará novas todas as coisas. 

E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. (Apocalipse 21:5)

O último livro da Bíblia é, portanto, um final apropriado para a história da queda com sua declaração triunfante de plena redenção:

“E MOSTROU-ME o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações. Ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre.” ( Apocalipse 22:1-5)

Vivendo na Luz da Redenção

Viver em um mundo caído como cristãos, significa que passaremos por provações e tribulações e continuaremos a lutar com nossas próprias tentações. 

Somos perdoados, mas Deus ainda não terminou a sua obra em nós (Filipenses 1:6). Consequentemente, ansiar por um mundo melhor, mesmo um mundo perfeito, não é uma forma de escaparmos. 

Em vez disso, é a justa antecipação do cristão de uma promessa feita por Aquele que justamente pronunciou uma maldição sobre este mundo, e então amorosamente tomou essa maldição sobre Si mesmo, a fim de redimir as pessoas para Sua glória.

3 passos práticos para você compartilhar a história da redenção com outras pessoas 

1. Reconheça que somos todos produtos da queda e necessitados de redenção

É fácil esquecer que as pessoas que nos incomodam muitas vezes são pessoas como nós. Todos nós somos afetados e afligidos pela queda. 

Quando vemos as pessoas pelas lentes da queda (em vez de esperar que vivam como se fossem totalmente redimidas), podemos ser mais solidários. Assim, em vez de guardar rancor contra eles, devemos reconhecer a necessidade de apontá-los para o seu Redentor. 

Jesus declarou assim:

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mateus 22:35-40)

2. Perceba que os sofrimentos deste mundo são temporários 

Isso não é para diminuir a dor que sentimos quando nossos corpos falham ou quando amigos nos traem. A dor é dolorosa e nós a sentiremos. 

No entanto, a promessa de redenção é que nossa dor e mágoa não são finais. Temos esperança porque o próprio Deus prometeu redimir toda a criação. 

Se queremos que outros compartilhem nossa história de redenção, fazemos isso melhor quando vivemos à luz de nossa futura redenção. 

“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam”. (1 Coríntios 2:9) 

3. Responda à graça de Deus em sua vida oferecendo graça aos outros

Uma das alegrias que experimentaremos nos novos céus e na nova terra é saber que estamos lá porque alguém compartilhou as boas novas do evangelho conosco. 

Quanto mais será nossa alegria saber que alguém foi redimido porque compartilhamos com ele a história da redenção! 

Podemos fazer isso com gentileza e bondade:

“Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” (1 Pedro 3:15)

Versículo bíblico sobre redenção

Tito 2:11-14 

“Pois a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos a renunciar à impiedade e às paixões mundanas, e a viver no presente século com moderação, retidão e piedade, esperando nossa bem-aventurada esperança, o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade e purificar para si um povo próprio, zeloso de boas obras”.

Equipe Redação BP

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