Crescendo como líder: 10 lições para liderar a igreja com sabedoria

Liderar uma igreja é um desafio único, que exige habilidades e sabedoria especiais para lidar com as necessidades espirituais e emocionais de uma comunidade. As pressões que enfrentam os líderes da casa do Senhor atualmente são particularmente intensas, com muitos líderes lutando para equilibrar as expectativas da congregação com as demandas de sua própria vida pessoal.

Neste artigo, estudaremos dez lições valiosas para liderar a igreja de Cristo, aprendidas através de anos de experiência e reflexão.

Desde a importância da humildade até a necessidade de buscar orientação Divina em todos os momentos, essas lições oferecem conselhos úteis para líderes que desejam crescer em sua jornada de liderança espiritual.

1. A supervalorização da grandeza

O versículo bíblico de 1 Samuel 14:6 nos lembra que não importa se o Senhor salva poucos ou muitos, pois a quantidade não é a medida de sucesso. Muitos pastores parecem ter o desejo de liderar grandes igrejas, de fazer suas congregações crescerem ou de se mudarem para uma grande igreja.

Embora seus motivos possam ser sinceros, julgá-los não é da minha competência. No entanto, pastorear uma grande igreja pode ser uma das tarefas mais desafiadoras que alguém pode enfrentar, além de ser menos satisfatório do que se imagina.

É importante lembrar que igrejas pequenas também podem ser saudáveis, como o beija-flor ou a abelha. Tentar mudar a mentalidade de uma grande igreja pode ser como tentar atravessar um transatlântico.

Contudo, os ensinamentos do Senhor sobre o grão de mostarda (encontrado em Mateus 13:31-32 e Lucas 17:6) devem nos desencorajar permanentemente pelo desejo de grandeza.

2. Educação formal não deve ser desculpa para a falta de preparo do pregador

O pastor de uma igreja pequena muitas vezes tem menos treinamento e formação educacional do que gostaria, o que pode fazer com que ele se sinta inferior a seus companheiros com diplomas de seminário. No entanto, é um erro pensar assim.

O pastor pode ser tão inteligente quanto seus companheiros de ministério, se ele se esforçar. Os títulos e certificados na parede não devem ser a medida do seu valor como pastor do rebanho do Senhor.

Além disso, se o pastor deseja obter mais educação formal, há opções disponíveis para ele, como cursos on-line oferecidos pelos seminários.

Existia, um irmãozinho mineiro primogênito de uma família de doze filhos, esse irmão teve que deixar a escola depois da 7ª série. Mas ele nunca desistiu de aprender. Ele fazia cursos e lia constantemente. Quando Deus o levou para o Céu, ele tinha quase 96 anos e ainda estava estudando.

O que aprendemos é que alguns dos melhores pregadores da palavra de Deus já visto tiveram pouca educação teológica formal.

Pois, às vezes é melhor ter habilidades e conhecimentos práticos do que somente títulos e certificados na parede.

3. Não existem cavaleiros solitários ou atos individuais na equipe do Senhor

Marcos 6:7 e Lucas 10:1 nos ensina que Jesus enviou Seus discípulos dois a dois para realizar Seu trabalho. No entanto, alguns pastores acreditam na mentira de que eles não podem ter amigos e, com isso, se isolam dos companheiros de ministério, limitando assim o seu próprio chamado.

Embora um pastor possa decidir não ter amigos íntimos dentro de sua própria congregação, é importante que ele faça amizade com outros pastores e ministros que servem ao Senhor. Já que se ele não fazer isso vai acabar limitando a si mesmo e prejudicando o trabalho do reino.

Além disso, ele precisa de ombros amigo ao lado dele. Podemos ver o exemplo de Paulo que tinha Barnabé, Silas, Timóteo e muitos outros que cooperaram com ele. Em 1 Coríntios, capítulo 16, Paulo faz referência a esses irmãos e pede ajuda a eles.

Pois, é importante reconhecer que fazer o trabalho sozinho pode ser difícil e isolador. Portanto, é vital que o pastor tenha amigos e companheiros no ministério para assim dividir o trabalho.

4. Liderar em equipe é a sua verdadeira vocação

Em vez de delegar e capacitar outros para realizar uma tarefa, alguns pastores tentarão assumir tudo sozinhos. Isso é uma clara violação do seu chamado Divino.

“Faça discípulos”, ordenou nosso Senhor. Esse mandamento requer que guiemos as pessoas para o Reino, as nutram e as ajudem a crescer em conhecimento da Palavra, a ponto de serem capazes de compartilhá-la e fazer discípulos por conta própria.

Barnabé não hesitou em deixar Antioquia e viajar para Tarso para encontrar Saulo (Atos 11:25). Contudo, ao fazer isso, ele conectou com o homem que Deus havia chamado como evangelista aos gentios uma oportunidade de sua vida.

Agradecemos eternamente a Barnabé, um dos melhores exemplos de discipulador nas Escrituras.

5. O verdadeiro líder, lidera pelo seu exemplo

Não é suficiente apenas falar sobre a fé, é preciso colocá-la em ação. Como líder, não somos apenas treinadores, mas também devemos entrar em campo como jogador-treinador, trabalhando ao lado dos membros da igreja para mostrar-lhes como seguir o exemplo de Cristo.

Como disse Jesus, o discípulo deve se tornar como o mestre. Portanto, seu papel como líder é guiar e ensinar através de seu exemplo, para que eles possam ver e aprender.

Devemos sempre lembrar das palavras de Tiago 1:22 e I João 3:18, que nos lembram que devemos praticar o que pregamos e amar uns aos outros não apenas com palavras, mas com ações.

6. O desafio de dizimar é recompensador aos olhos de Deus

Por mais que seja uma tarefa difícil devolver nosso dízimo, é importante lembrar que Deus deseja que assim seja.

Assim como a borboleta emerge de sua crisálida após uma luta necessária para o seu desenvolvimento, somente pessoas de fé e determinação irão aprender a dizimar, testemunhar e entender a Bíblia. Aqueles que esperam até que seja fácil nunca irão progredir.

Os membros da igreja precisam ser lembrados de que Deus não precisa do dinheiro deles, mas sim que Deus está interessado no vosso crescimento como discípulos. Por isso, é essencial ensinar sobre as bençãos financeiras, amplamente abordada na Palavra.

Como nos lembra Hebreus 11:6, sem fé é impossível agradar a Deus.

Como líderes da igreja, é nosso dever mostrar às pessoas como ser discípulos eficazes, em vez de apenas falar sobre isso. É preciso coragem para enfrentar as críticas e ensinar com firmeza, a fim de que as pessoas possam crescer em sua fé e preparar-se para a vida eterna.

7. Deus transforma seus líderes em servos – não em chefes, ditadores ou figurões.

Sempre encontro homens que desejam dominar suas esposas com base em uma interpretação errada da Bíblia, onde afirma que o homem é o chefe da casa e a mulher deve se submeter a ele.

Esses homens podem se chamar de cristãos, mas seus corações são pagãos e eles provavelmente nunca foram salvos. Eles não compreendem a palavra de Deus, nem a missão de Jesus, o qual nos foi enviado como servo.

Efésios 5:25 nos lembra que devemos amar nossas esposas assim como Cristo amou a igreja e se entregou por ela. O apóstolo Pedro, em 1 Pedro 5, instrui os pastores a cuidar do rebanho de Deus, não dominando-os, mas servindo como exemplo para eles.

Qualquer tipo de bullying ou ditadura, seja em casa ou no púlpito, é prejudicial ao corpo da igreja e não deve ser tolerado.

A parábola de Lucas 17:7-10 enfatiza a importância de continuarmos a nos lembrar de que somos apenas servos indignos, cumprindo nosso dever, mesmo depois de termos feito tudo o que Jesus exigiu de nós.

8. Quanto mais nos tornamos justos, menos conscientes disso estamos

Êxodo 34:29 relata que Moisés não tinha consciência de que seu rosto estava brilhando após falar com Deus. Como líderes cristãos, é importante lembrar que muitas vezes não percebemos o impacto que temos sobre os outros.

Lembro-me de uma senhora de 75 anos em nossa igreja, a quem disse: “Marguerite, você é a pessoa mais semelhante a Cristo que eu conheço”. Ela imediatamente rejeitou meu elogio. “Querido”, ela disse, “se você soubesse”.

A experiência de Marguerite ensinou-me que muitas vezes aqueles que estão mais próximos do Senhor são os últimos a perceberem.

Nunca devemos pensar que já atingimos a perfeição. Como diz 1 Coríntios 10:12, “aquele que pensa estar em pé, cuide para que não caia”.

A verdadeira humildade não é menosprezar a si mesmo, mas pensar menos em si mesmo.

9. Enfrentando a oposição – por que isso pode ser positivo

Na liderança da igreja, os servos fiéis inevitavelmente encontrarão resistência, oposição, aqueles que não querem fazer nada, amam a estagnação e os que vivem de forma carnal. Embora isso possa ser desafiador, é importante lembrar que isso não é surpreendente, já que sempre foi assim.

Como discípulos, somos chamados a nadar contra a correnteza em um mundo que se afasta de Deus.

O Senhor Jesus nos avisou que enfrentaríamos essa oposição, mas Ele também nos encorajou, lembrando-nos de que aqueles que nos recebem, na verdade estão recebendo a Ele.

Da mesma forma, aqueles que nos rejeitam estão rejeitando a Ele. Se nos importamos mais com a opinião do mundo do que com a de Cristo, talvez seja hora de repensar nossa vocação.

Deus usa a oposição do mundo para nos tornar mais fortes e afiados. Ele usa a pressão para nos ajudar a brilhar mais. Na verdade, podemos ver a perseguição como uma oportunidade para levar o evangelho às pessoas que normalmente não viriam até nós. Jesus nos encoraja a ir a eles, mesmo que isso signifique que alguns de nós possam ser presos por pregar o evangelho.

Quando enfrentamos a oposição, o Espírito Santo é quem assume o comando. Se formos presos e interrogados, devemos lembrar que Ele é um pregador muito melhor do que nós, e que Ele pode falar através de nós de maneiras que nunca imaginamos.

10. O sofrimento é permitido e planejado pelo Senhor

É importante lembrar que o Senhor tem um propósito ao permitir o sofrimento de seus servos. Tendo que lidar com a resistência dos negativistas, dos que não fazem nada, dos amantes dos status e dos carnais, mas isso não deve desencorajá-los. Jesus nos avisou que isso aconteceria em Mateus 10:16.

Lembre-se, os servos de Deus estão sempre nadando contra a corrente em um mundo corrompido.

O Senhor não apenas permite que Seus servos escolhidos sofram, mas também planeja que isso aconteça. Quando os servos de Deus sofrem injustamente, isso pode se tornar uma oportunidade para alcançar muitos para Cristo. Ninguém quer sofrer, mas às vezes é a única maneira. Por isso, os fiéis de Deus nunca devem se lamentar ou até mesmo perguntar “Por que eu, Senhor?”.

Paulo e Silas são um exemplo de servos que sofreram, mas ainda assim cantaram hinos de louvor a Deus. Eles sabiam que sua fé e perseverança em meio ao sofrimento inspirariam outros a seguir a Cristo. Os primeiros crentes também se alegraram por serem considerados dignos de sofrer.

Essas lições não são encontradas nas bancas de revistas, contudo são de um valor inestimável para os líderes da casa do Senhor.

Como um líder na igreja, é importante lembrar que o sofrimento pode ser uma oportunidade para crescer na fé e inspirar outros a seguirem a Cristo.

Que o Senhor te abençoe e o ajude a permanecer firme.