Quem foi Raquel: 5 Lições da história da esposa amada de Jacó
Raquel, cujo nome significava “ovelha”, foi pastora de ovelhas, filha de Labão, sobrinha de Rebeca. Ela foi a esposa amada de Jacó, mãe de José e Benjamim e irmã mais nova de Lia.
Em toda a Bíblia Sagrada encontramos belíssimas histórias, principalmente no Antigo Testamento. Algumas histórias que nos motivam do início ao fim, outras que nos deixam curiosos para ver o desenrolar e o fim da história. A história dessa personagem bíblica chamada Raquel, é uma novela bíblica literalmente.
Neste estudo, vamos nos aprofundar e conhecermos quem realmente foi Raquel, qual foi a sua história, onde Raquel pecou contra Deus e qual foi o fim de sua história.
Quem foi Raquel na Bíblia?
Raquel foi pastora de ovelhas, filha de Labão, sobrinha de Rebeca. Raquel foi a esposa favorita e amada do patriarca Jacó, mãe de José e Benjamim e irmã mais nova de Lia.
Ela pastoreava o rebanho de seu pai, Labão. Todos os dias ela levava seu rebanho até o poço, para que bebessem água.
Em um dia qualquer, quando ela chega naquele local, junto ao poço estava um moço chamado Jacó, que vinha fugindo da casa de seu pai e estava justamente procurando a casa de seu tio Labão, irmão de sua mãe Rebeca.
Significado do nome de Raquel
O substantivo רחל ( rahel ) significa ovelha (uma ovelha). Ocorre apenas quatro vezes no Antigo Testamento, o que sugere que descreve um tipo específico de ovelha.
É interessante notar que, embora o termo “ovelha” e suas variantes esteja mencionados frequentemente na Bíblia, a palavra específica “rahel” ocorre apenas quatro vezes. Isso sugere que se refere a um tipo especial ou situação rara de ovelha.
A solução para esse mistério é desconhecida, mas é essa palavra rara que é tão famosamente usada em Isaías 53:7: “Como uma ovelha – רחל (rahel) – que fica silenciosa diante de seus tosquiadores, ele não abriu a boca”.
História de Raquel, a esposa amada de Jacó
Quando os pastores revelam que aquela pastora que estava chegando com o rebanho era Raquel, filha de Labão, Jacó abriu a boca do poço e deu beber ao rebanho de Raquel, feito isso beijou sua prima Raquel e chorou em alta voz.
Após isso, Jacó contou para Raquel que era parente de seu pai, pois era filho de Rebeca, ela imediatamente saiu correndo e contou ao seu pai Labão, que ouvindo isso de sua filha, correu ao encontro de Jacó e o levou para sua casa.
Essa história pode ser conhecida como “amor à primeira vista”.
Jacó se apaixona por Raquel, e então começa a servir Labão por sete anos, para que pudesse se casar com a filha mais nova de seu tio.
Passados os sete anos de trabalho, quando enfim, Raquel pensa que vai se encontrar com seu noivo. Ela é enganada pelo seu próprio pai, ao invés de Labão dar Raquel para Jacó, Labão conduziu sua filha mais velha chamada Lia.
Imagine a dor e decepção de Raquel, ser enganada pelo próprio pai, e agora seu amado noivo havia se casado com sua própria irmã. Não deve ter sido nada fácil.
Enfim, Jacó e Labão entrarão em comum acordo, para que Jacó o servisse por mais sete anos em troca de Raquel. Após uma semana, Jacó se casa também com Raquel.
Agora eram duas irmãs, casadas com o mesmo homem, a confusão começa surgir no meio daquela família.
Quais as qualidades e defeitos de Raquel na Bíblia
Raquel, era dotada de grandes qualidades, porém como qualquer ser humano ela também tinha alguns defeitos. Vamos então destacar alguns deles, a seguir.
1. Raquel era formosa
“[…]Raquel era de formoso semblante e formosa à vista.” (Gênesis 29:17)
A Bíblia descreve Raquel como uma mulher formosa, de aparência atraente, provavelmente ela era parecida com sua tia Rebeca. Pois quando Jacó colocou os olhos em Raquel, ele se apaixonou.
Raquel não tinha somente um rosto bonito, ou um corpo bonito, mas ela era uma mulher adorável.
2. Raquel era pastora
“Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora.” (Gênesis 29:9)
Raquel era uma moça trabalhadora, ela pastoreava os rebanhos de seu pai Labão, levando-os para pastar, tratando os pequenos ferimentos, levava-os para beber água e à noite os levava para o local de abrigo.
O serviço de uma pastora nesta idade era para desenvolver disciplina, responsabilidade e independência quando chegasse o momento de se casar.
Essa tarefa foi designada a Raquel, possivelmente por ela ser responsável e disposta para o trabalho.
3. Raquel era uma guerreira de oração
“E lembrou-se Deus de Raquel; e Deus a ouviu, e abriu a sua madre.” (Gênesis 30:22)
Raquel era uma mulher estéril. Ser estéril naquele tempo era sinal de desprezo, vergonha, era considerada uma maldição vinda de Deus.
Por mais que Raquel fosse amada por Jacó, ela não aceitava aquela situação. Naquele tempo, todos sabemos que não existia como recorrer a medicina, a única solução era pedir a misericórdia de Deus através da oração.
Raquel, sem dúvida, foi uma guerreira de oração, pois a bíblia diz que Deus a ouviu, abriu a sua madre e tirou a sua vergonha.
4. Raquel era persistente
Essa qualidade de Raquel em ser persistente, fez ela continuar acreditando em um milagre.
Raquel teve seus momentos, assim como Sara, tentando achar uma solução para sua esterilidade, dando sua serva Bila como esposa ao seu esposo, para que através daquela relação, fosse lhe concebido um filho.
Embora Bila concebeu filhos, Raquel não desistiu de buscar em oração, pedindo a Deus um filho.
5. Raquel era invejosa
“Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve inveja de sua irmã”. (Gênesis 30:1)
Nos tempos bíblicos, a maternidade era o principal papel das mulheres casadas. Os filhos eram vistos como a maior bênção e o objetivo principal de um casamento era trazer filhos ao mundo.
Raquel, pois estando nesta situação de esterilidade, não suportava ver a benção de sua irmã. Para ela, inaceitável aquela situação, e seu coração era cheio de ódio e terrível inveja.
6. Raquel era mulher insegura
Sabemos que não é nada fácil conviver com uma mulher insegura de si, é muito comum acontecerem desavenças, brigas e ciúmes, por conta da insegurança.
Raquel tinha alguns motivos para ser insegura, pois ela havia esperado sete anos para se casar e no dia tão esperado seu pai a engana. Após ela ter passado esse grande vexame, no meio de toda sua família e vizinhança, quando enfim, se casou teve que enfrentar a decepção e a vergonha por ser estéril.
Raquel tinha medo de não ser mais amada pelo seu esposo Jacó, ela temia perdê-lo e com isso a insegurança tomava conta de seu coração.
7. Raquel era competitiva de uma forma doentia
Quando Raquel viu que Lia tinha gerado 4 filhos, ela decidiu ter um filho por meio de sua serva, e a cada bebê que nascia de Bila, era uma competição.
“Então disse Raquel: Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã; também venci; e chamou-lhe Naftali.” (Gênesis 30:8)
Raquel era sem dúvida uma guerreira de oração, uma mulher amável, porém estava se tornando dura, rixosa, competitiva, isso já era quase uma doença mental.
Estas atitudes de Raquel e Lia, foram tão intensas que replicou isso para ambos os filhos. Podemos ver isso claramente na história de José, filho mais velho de Raquel.
8. Raquel não era uma mulher grata
Embora de forma errônea e precipitada, Raquel tivesse dado a sua serva Bila para lhe gerar filhos, ela ainda não se contentava e queria gerar de seu próprio ventre. Até aí tudo bem, porém quando Deus resolveu abrir sua madre lhe dando um filho, Raquel ao invés de agradecer, ela pede outro filho.
“E chamou-lhe José, dizendo: O SENHOR me acrescente outro filho.” (Gênesis 30:24)
A falta de gratidão, nos afasta de Deus.
Raquel não queria mais filhos para amar ou cuidar, ela queria ser superior a sua irmã.
9. Raquel era desonesta
Ao se despedirem da casa de seu pai labão, Raquel pegou os ídolos da casa de seu pai, ao qual não lhe pertenciam, escondeu-os e ocultou-os de seu esposo Jacó.
“Com quem achares os teus deuses, esse não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo, e toma-o para ti. Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.” (Gênesis 31:32)
Alguns estudiosos acreditam que Raquel pode ter morrido precocemente, por conta dessa situação.
Veja também: História de Jacó e Raquel
Quais as lições que podemos aprender com Raquel?
Raquel é aquele símbolo de ser humano imperfeito, como nós mesmos. Ao longo de sua história pensamos até em julgá-la, porém, quando nos colocamos em seu lugar, conseguimos olhar mais a fundo sua história e tirar lições preciosas para nós.
1. Somos seres humanos passíveis de pecar
Quando olhamos para a história de Raquel e de quem foi essa personagem bíblica, conseguimos enxergar mais defeitos do que qualidades boas. Porém, ao analisarmos toda a sua trajetória, percebemos o quanto ferida ela foi.
Raquel era um ser humano comum, cresceu com um pai idólatra, enganador, ganancioso e isso fez com que ela cometesse muitos desses erros.
Ela nos ensina, que somos miseráveis pecadores, somente a graça e misericórdia de Jesus é que pode nos salvar e nos alcançar, fazendo de nós novas criaturas.
2. Não devemos deixar as circunstâncias transformar nossa essência
As circunstâncias ruins que Raquel vivenciou, a tornaram uma pessoa amarga, competitiva, rixosa, ingrata. Ela era formosa e bela de aparência, porém, toda a sua beleza se perdia com essas qualidades ruins.
Que possamos aprender com Raquel, a nunca deixar as circunstâncias ditarem quem nós somos, ou transformarem nosso bom caráter, para um mau caráter. Independente do que aconteça, que possamos nos manter equilibrados, acreditando que o nosso socorro virá somente do Senhor.
3. Seja uma pessoa grata
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”. (Salmos 103:2)
Raquel não foi uma pessoa grata, ela pedia tanto para conceber um filho, porém, quando recebeu a benção, ao invés de agradecer como Ana fez, Raquel cometeu um grande pecado sendo ingrata ao Senhor, pedindo-lhe outro filho.
O Senhor até lhe concedeu outro filho, porém na hora do parto, Raquel morreu. Os historiadores dizem que Raquel morreu muito jovem, não sabemos a idade corretamente. O que podemos afirmar é que ela não teve a alegria e o prazer de criar seus dois filhos, deixando-os órfãos de mãe.
Portanto, agradece ao Senhor em todo tempo, por mais que não tenha tudo aquilo que seu coração, quando somos gratos, atraímos o coração de Deus e como consequência suas bênçãos virão sobre nós e nossa casa.
Veja também este estudo: O poder da Gratidão
4. Faça com que seu lar seja uma benção
Aprendemos com Raquel que somos nós mesmos que definimos como será o nosso lar. Raquel, fez com que sua casa se tornasse um campo minado pela competição e rivalidade.
A traição cometida a José por seus irmãos, é um exemplo muito claro de como nossas atitudes e comportamentos podem afetar na criação dos filhos e possíveis gerações futuras.
Portanto, para ter um lar abençoado plante o amor, uma boa comunicação, estejam sempre unidos em todas áreas de suas vidas, peça perdão, seja gentil, crie seus filhos no temor do Senhor, fazendo isso você será feliz junto de sua família.
5. Deus é fiel para cumprir suas promessas
Percebemos na história de Raquel, que Deus preservou e cumpriu suas promessas.
Jacó era filho de Isaque e neto de Abraão, ele carrega uma promessa feita por Deus a seu avô e a seu pai. Embora houvesse toda essa turbulência, Deus é fiel para cumprir aquilo que promete.
Quando olhamos para os doze filhos de Jacó, vemos que foram eles que formaram as 12 tribos de Israel, dando sequência nas promessas feitas por Deus aos seus antepassados.
Sobretudo, não devemos olhar somente para as circunstâncias desfavoráveis, e sim continuar acreditando que a promessa Dele é fiel vai se cumprir em nossas vidas.
Conclusão sobre a história de Raquel na Bíblia
Enfim, Raquel não teve uma vida feliz como desejava e planejava, tendo um fim muito trágico.
Raquel morreu quando estava dando a luz ao seu filho mais novo, ao qual chamou de Benoni “o filho da minha dor”, porém Jacó lhe chamou de Benjamim “filho da flicidade”.
Em meio a todos esses erros e acertos, Deus usou de misericórdia para com ela, ficando conhecida como a honrada filha de Javé e a esposa preferida do patriarca Jacó, seus dois filhos Benjamim e José foram os mais estimados de seu esposo Jacó.