A educação nos tempos bíblicos, saiba como era o ensino

A Educação nos tempos bíblicos era levado muito a sério. Isso devido ao desejo do povo israelita guardar as observâncias religiosas.

O impulso básico do povo de Israel na busca do conhecimento era um forte desejo de seguir a Deus.

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NOS TEMPOS BÍBLICOS

Eles reconheciam que se quisessem comunicar sua fé de uma geração para outra, teriam que saber ler.

Muitos dos líderes do povo consideravam sua história e leis da mais elevada importância para eles.

Por causa disso, talvez não tivessem um maior interesse por outras áreas do conhecimento como era o caso de outras nações da época.

Israel tinha pouco ou quase nenhum apreço pela filosofia antiga ou mesmo de seu tempo. E sua inclinação para matemática ou engenharia também não era grande.

É verdade que muitos judeus, principalmente por volta do primeiro século, recebiam uma boa educação no terreno das letras e filosofia, graças à influência das culturas babilônica, grega e romana.

Mas, ainda assim, consagravam a maior parte de suas energias à preservação de sua herança religiosa.

E como a educação nos tempos bíblicos era essencial para se alcançar esse objetivo, eles a valorizavam bastante.

EDUCAÇÃO NO INÍCIO

ensino e educação nos tempos bíblicos

Já no início de sua história eram um povo alfabetizado, graças a um alfabeto simples. Na época da liderança de Josué, o povo já dominava a leitura.

Às vezes temos a tendência de supor que os povos que viveram há 2.000 anos eram bastante incultos.

Talvez em algumas áreas do conhecimento. Mas o fato é que eles tinham bom domínio em outras, e aplicavam muito bem esse saber.

Os judeus do primeiro século eram um povo inteligente, com forte senso de apreciação da cultura.

BIBLIOTECAS NA EDUCAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

Os povos do Antigo e Novo Testamento eram alfabetizados, e davam um enorme valor aos estudos e à literatura.

Demonstravam profundo respeito pelos rolos e manuscritos (os livros da época), o que está evidenciado claramente através da história. O mesmo acontecia em muitas das nações vizinhas.

Havia dezenas de milhares de livros, que eram bem manuseados.

Se definirmos biblioteca como uma coleção de livros, então podemos afirmar que havia inúmeras bibliotecas na época.

Muitas das coleções descobertas são na verdade uma espécie de arquivo, onde se guardavam cartas, contratos, obras de história e de literatura.

Pode ser que haviam diferenças das bibliotecas de hoje. Mas o fato é que existiam muitos livros, e eles eram lidos.

FATOS HISTÓRICOS DE BIBLIOTECAS

biblioteca no esnino dos tempos bíblicos

A mais antiga biblioteca já descoberta pertencia a Sargão, rei da Assíria, que governou de 722-705 A. C. (Is 20.1).

Foram encontrados aproximadamente 25.000 volumes na escavação.

O rei Assurbanipal (662 A. C.) possuía uma coleção de 20.000 placas escritas.

A imensa biblioteca de Nippur, que existiu 400 anos antes de Cristo, continha 50.000 volumes. A de Alexandria, no Egito, do ano 246 A. C., possuía, segundo estimativas, cerca de 250.000 volumes.

A criação dessa biblioteca fruto do interesse de Ptolomeu.

Sob o domínio dos romanos as bibliotecas foram se multiplicando e sendo mais bem organizadas. Nesse período também começaram a surgir as salas de leitura.

PERGAMINHOS DO MAR MORTO

pergaminhos - ensinos nos tempos bíblicos

Evidentemente, os pergaminhos encontrados junto ao mar Morto pertenciam à biblioteca dos essênios.

Quando o imperador Tito arrasou Israel nos anos 66 a 70 A. D., alguém os colocou em potes e escondeu numa caverna.

A descoberta dessa biblioteca trouxe uma grande contribuição para os estudos bíblicos mais recentes. Pois, ela veio comprovar a autenticidade de muitos dos manuscritos do Antigo Testamento.

Não existe menção de bibliotecas como tal no Novo Testamento, mas encontramos ali muitas referências a livros. E, parece que os apóstolos apreciavam os livros (2 Tm 4.13).

ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

Temos boas razões para crer que a maioria do povo de Israel sabia ler e escrever.

Desde os primórdios de sua história, eles devem ter dado muita importância a esse conhecimento.

Pois, além de ter um alfabeto fácil, recebiam ensino em casa, tinham escolas e davam grande valor à lei escrita.

Os arqueólogos têm encontrado evidências claras da existência de escolas em Ur, no Egito e na Mesopotâmia, nos dias de Abraão.

Foram descobertas placas de barro com exercícios de aritmética, gramática e geometria.

Nessas escolas se formavam escribas profissionais.

Parece que, em Israel desde o princípio, nunca houve muita dificuldade em se encontrar pessoas que soubessem ler e escrever.

Sabemos que foi Moisés quem leu para a nação o livro da aliança (Êx 24.7).

As pessoas comuns também sabiam ler. Todos teriam de escrever a lei nos umbrais da casa (Dt 6.9).

Josué também não teve dúvidas quanto à possibilidade de encontrar três homens de cada tribo que soubessem traçar gráficos da terra prometida (Js 18.4,8,9).

ALFABETIZAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

Na época do Novo Testamento, muitas famílias possuíam um exemplar da Torá. E os pais ensinavam a lei regularmente a seus filhos, portanto deveriam saber lê-la.

O fato de o cristianismo haver se espalhado com tanta rapidez deveu-se em parte a isso. Pois, a maioria do povo sabia ler não apenas em sua língua nativa, mas também grego e latim.

OS PRECEPTORES DO ENSINO

educação nos dias bíblicos

Algumas famílias gregas, e depois também as romanas, tinham escravos encarregados de cuidar dos filhos do sexo masculino.

Não se sabe claramente qual era a tarefa desses escravos, mas de modo geral eram encarregados da educação dos garotos.

Em muitos casos, isso significava que tinham de levar o menino para a escola, e buscá-lo depois. Outros, além de fazer isso, tinham de complementar os estudos dele.

Já outros, eram como professores particulares, que se encarregavam de toda a formação escolar da criança. Paulo emprega essa palavra quando fala do papel da lei em nossa salvação.

Diz que ela foi uma espécie de mestre ou tutor que nos levou a Cristo (Gl 3.24,25).

Utiliza a mesma palavra também quando esclarece o relacionamento dele com os crentes de Corinto (1 Co 4.15).

AS ESCOLAS NA EDUCAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

Não temos muitas provas da existência de escolas no início da história do povo de Israel. Contudo, há muitas indicações de que antes mesmo da época de Moisés existia alguma forma de ensino, pois nos dias de Abraão as pessoas já sabiam ler e escrever.

Está claro também que havia algum tipo de aula. Mas, não se sabe se eram ministradas a todos ou apenas a alguns.

EVIDÊNCIAS DE ESCOLAS

calendário de gezer-agricultura na bíblia

O Calendário de Gezer, que data da época de Salomão (mais ou menos 925 A. C.), apresenta fortes evidências de que nessa ocasião já existia a educação escolar.

Macalister encontrou uma pequena placa de pedra calcária medindo cerca de 10 cm x 8 cm. Ela era raspada para ser usada outra vez.

Nela estava gravada uma descrição das temporadas de colheita dos israelitas. Acredita-se que essas placas eram usadas pelas crianças nos estudos.

É provável que as escolas que havia em Israel no passado se destinassem apenas às classes altas. As crianças do povo em geral estudavam em casa, com o pai, que lhes transmitia as leis de Deus.

E ele lhes ensinava tão bem que depois eles passavam o mesmo ensinamento aos seus próprios filhos.

O SURGIMENTO DAS ESCOLAS NA EDUCAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

Mais ou menos entre o exílio babilônico e o século IV A. C., começou a surgir um outro tipo de escola.

Alguns acreditam que essas instituições tenham sido criadas pelo grupo religioso que deram origem ao farisaísmo.

A língua hebraica estava sendo substituída pelo aramaico, e o ponto central da religião estava deixando de ser o templo para ser a lei. Então é possível que tais líderes religiosos tenham fundado essas escolas.

E provavelmente eram semelhantes às nossas escolas dominicais. Porque, eles temiam que no cativeiro os filhos perdessem as tradições da fé e da história israelitas.

Sabemos que Esdras preparou escribas para exercerem a função de mestres da lei (Ed 7.6). É provável que eles tivessem aulas regulares para ensinar a lei de Deus aos levitas. E esses, por sua vez, a ensinavam a outros grupos (Ne 8.2-8).

A INFLUÊNCIA DOS GREGOS NA EDUCAÇÃO

Quando os gregos assumiram o poder, os israelitas foram obrigados a dar maior importância à educação.

É que aquele povo dava grande valor ao ensino, e começou a difundir sua filosofia e seus conhecimentos entre o povo judeu.

Para neutralizar isso, os judeus fundaram (ou talvez tenham reativado) escolas que funcionavam em associação com as sinagogas.

No ano 175 A.C, em Jerusalém, próximo ao templo, fundou-se uma escola grega. E, alguns judeus começaram a frequentá-la.

Isso provocou um certo pânico em alguns deles, e pouco depois começou-se a criar escolas próprias em todo o território da nação

O rabi Simon ben Shetach é o criador desse sistema, que era chamado de “Casa do Livro”. Esse novo conceito de escola se difundiu rapidamente.

A FREQUÊNCIA ÀS ESCOLAS

Depois de algum tempo, a frequência se tornou obrigatória. As crianças que faltassem muito às aulas eram castigadas.

A formação escolar tinha início aos cinco anos de idade, e alguns estudavam até aos quinze. Em muitos lugares, havia cursos posteriores para quem terminasse essa primeira fase de estudos.

A IMPORTÂNCIA DA SINAGOGA NA EDUCAÇÃO

As sinagogas eram consideradas verdadeiros refúgios para os judeus quando eram oprimidos.

Ali eles obtinham não apenas o fortalecimento espiritual de que precisavam, mas também a educação secular. Além disso, a sinagoga se tornou um centro para debate de ideias.

Nos dias de Cristo, a escola já era comum.

O povo não era apenas alfabetizado, mas realizava estudos avançados de filosofia, línguas, matemática e de outras disciplinas.

OS PROFESSORES (EDUCAÇÃO NOS TEMPOS BÍBLICOS)

A educação nos tempos bíblicos começava em casa e os pais ensinavam seus filhos.

OS PAIS COMO PROFESSORES

dignidade do trabalho na bíblia

No início da história de Israel, nos tempos bíblicos, os pais eram os mestres de educação de seus filhos.

E, ao que parece, eles levavam muito a sério sua tarefa de transmitir-lhes os ensinamentos básicos de sua fé, bem como os rudimentos de seu ofício.

E para muitos pais isso era uma honra, pois se sentiriam culpados se eles crescessem ignorantes.

Muitos ensinamentos aconteciam no dia a dia. Eles aproveitavam as festas religiosas para ensinar. Narravam as histórias que seus pais lhes haviam contado.

E, em muitos casos, ilustravam seus ensinamentos no próprio trabalho, o pai ao filho, a mãe à filha.

Depois que passaram a ter acesso às Escrituras, eles a liam e discutiam também como forma de ensino.

OS LEVITAS NO AUXÍLIO À EDUCAÇÃO NOS TEMPOS BÍBLICOS

Havia entre os levitas, um grupo especial de professores que ficaram encarregados da instrução do povo de Israel.

Até a época do exílio, eles se tornaram os principais mestres fora do lar.

OS ESCRIBAS COMO EDUCADORES

Depois deles, os escribas assumiram o papel de principais educadores. Eram eles os elementos-chave na interpretação e ensino da lei.

OS RABI COMO PROFESSOR

Pouco depois, a palavra “rabi” se tornou popular, sendo aplicada a diversos tipos de pessoas.

Significava “senhor”, mas era usada muitas vezes como “professor”.

Alguns a aplicavam a homens que oficialmente detinham cargos de mestres, mas outros a usavam apenas como um título de honra.

De qualquer modo, era um tratamento de respeito dado a uma pessoa sábia, inteligente e experiente.

Quando os discípulos de Jesus o chamavam de “rabi” (Jo 1.49), estavam reconhecendo seu papel de liderança.

JESUS, O MESTRE NO ENSINO

Jesus era chamado de Mestre (Mt 23.8). E seu método de ensino era como o dos pais israelitas, utilizando os eventos do dia-a-dia.

Outras pessoas fora de seu círculo também se referiram a ele como Mestre. Metade das vezes que a palavra aparece no Novo Testamento, é dirigida a Jesus.

Naquela época, quem era chamado de mestre, sentia-se muito honrado. Na igreja primitiva, esse título continuou a ter grande importância. Porque, naturalmente, essa tarefa seria uma das mais significativas para a edificação dos novos convertidos (At 13.1).

Mas os cristãos do primeiro século não fundaram escolas próprias.

A perseguição que sofriam dificultava isso, e ademais eles queriam continuar frequentando as sinagogas.

MESTRE FAMOSOS NA EDUCAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

Nos dias de Cristo haviam alguns mestres muito respeitados. E a fama de alguns chegou até nossos dias.

HILLEL

Nasceu na Babilônia, mas foi à Palestina para divulgar seus ensinos, tornando-se logo famoso por sua inteligência.

Criou sete princípios de interpretação das Escrituras. Mais tarde ele fundou sua própria escola, Bet Hillel onde lecionava. Além disso, foi-lhe dado o título de Nasi, que significa mestre do templo.

Os historiadores classificam Hillel como um liberal, na interpretação da lei.

SHAMMAI

Shammai também era um mestre muito respeitado que, em muitos aspectos, defendia teses opostas às de Hillel.

Sua interpretação das Escrituras era mais conservadora, na questão do divórcio.

Por exemplo, Hillel achava que qualquer motivo justificava a separação do casal, mas Shammai cria que eram poucas as razões verdadeiramente lícitas para o divórcio.

Quando os fariseus indagaram a Jesus sobre o divórcio (Mt 19.3), estavam querendo forçá-lo a optar pela opinião de um desses dois homens.

GAMALIEL

Foi um dos mais famosos mestres do primeiro século. Muitos dos seus ensinamentos se acham preservados até hoje no Misná.

É provável que ele fosse um seguidor das ideias de Hillel. Seu aluno mais famoso foi o apóstolo Paulo (At 22.3).

Com sua sabedoria e autoridade, Gamaliel convenceu o sinédrio a não matar os apóstolos (At 5.34-39).

Suas teses eram pragmáticas, e largamente aceitas. Quando ele morreu, alguns disseram que a glória da lei se havia apagado.

OS IDIOMAS NA EDUCAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

língua hebraica - escrita

Ao que parece, qualquer pessoa que vivesse em Israel nos dias de Cristo dominava três línguas, e conhecia algumas palavras de mais uma.

ARAMAICO

A língua que Jesus conhecia melhor era o aramaico.

Provavelmente era a que ele falava no dia-a-dia, e a que empregou ao transmitir a maior parte de seus ensinamentos, senão todos eles.

O aramaico era a língua falada na região, e nessa época passava por uma revitalização.

Quando Jesus na cruz soltou seu brado a Deus, expressou-se em aramaico (Mt 27.46).

Em cada sinagoga havia um intérprete para fazer a tradução do cerimonial para as pessoas que não soubessem hebraico.

Para que o povo compreendesse o Antigo Testamento com mais facilidade foram feitos alguns exemplares dele em aramaico.

Isso causou certo desprazer em alguns círculos no primeiro século.

Gamaliel, por exemplo, não gostou da versão aramaica, e chegou a esconder um exemplar dela numa parede.

Quanto a Jesus, ele não apenas falava o aramaico, mas também o dialeto aramaico usado na Galiléia. O mesmo que Pedro falava (Mt 26.73).

Portanto, ele deve ter feito grande parte de seus estudos nessa língua.

HEBRAICO

Na prática, o hebraico se tornou a língua da religião.

Os judeus tinham que se empenhar muito para manter a lei e sua interpretação nessa língua.

Embora nem sempre o conseguissem, normalmente, usava-se o hebraico mais na leitura dos textos sagrados nas sinagogas, no templo e em casa.

É possível que os provérbios e ditos antigos dos israelitas tenham sido preservados nessa língua também.

O conhecimento dessa língua variava muito de uma família para outra.

Não bastava que ela fosse aprendida na escola, mas, falada na casa.

Possivelmente, quando Jesus se levantou na sinagoga para ler o livro de Isaías, o texto estava em hebraico (Lc 4.16).

E podemos acreditar também que ele não teve a menor dificuldade em lê-lo.

GREGO (EDUCAÇÃO NOS TEMPOS BÍBLICOS)

Nos dias de Cristo, a língua mais aceita pelos povos do Oriente Próximo era o grego.

O coiné, dialeto grego em que o Novo Testamento foi escrito, não era uma língua pura e precisa como se acreditava.

Na verdade, era o grego clássico adulterado, falado basicamente pelo povo, por pessoas iletradas.

O coiné não possuía um padrão definido, pois variava consideravelmente de um lugar para outro.

Além disso era bastante flexível, a ponto de incorporar palavras estrangeiras e permitir que escritores, como Paulo por exemplo, adotasse expressões ou termos novos.

Essa flexibilidade foi muito útil em relação ao Novo Testamento, pois sendo a linguagem empregada nas transações comerciais internacionais, era um excelente veículo para a divulgação rápida de ideias novas.

Paulo e outros autores do Novo Testamento conheciam bem o grego.

Por ser bastante falado, é possível que Jesus também a dominasse.

Pedro e João, que eram da mesma região que o Senhor, falavam bem o grego.

LATIM (EDUCAÇÃO NOS TEMPOS BÍBLICOS)

O latim era mais falado em assuntos oficiais aos romanos.

Daí se conclui que talvez não houvesse muitas pessoas na Palestina que falassem essa língua.

Contudo, em certos momentos, sempre era bom saber algumas palavras dela.

A frase que foi escrita no alto da cruz onde Jesus morreu estava escrita em três línguas: hebraico, latim e grego (Jo 19.20).

MÉTODOS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS

Sem dúvida alguma, o método de ensino mais usado para a educação nos tempos bíblicos, era o da memorização.

Qualquer outra forma de instrução que não adotasse a recitação era olhada com suspeita.

Para a avaliação da aprendizagem, os alunos tinham que recitar longas passagens das Escrituras com perfeição.

É por isso que tanto Jesus como outros conheciam tão bem a Bíblia.

Alguns trechos eram mais fáceis de ser memorizados que outros, por terem uma métrica ritmada.

Muitos textos das Escrituras são escritos com duas ou três sílabas tônicas, o que tornava a aprendizagem bem mais agradável.

AS MATÉRIAS ENSINADAS

Embora as Escrituras fossem a base da educação de um israelita, não era absolutamente a única disciplina.

Em escolas especializadas, eles estudavam também leitura, escrita, música, matemática, engenharia, direito e línguas.

As grandes construções encontradas em Israel, os prédios, estradas e aquedutos, são evidências de que a educação nos tempos bíblicos era bastante diversificada.

As matérias citadas eram importantes para a vida e pensamento desse povo. Mas, ao que parece, outras não o eram.

Em todos esses séculos de pesquisas arqueológicas não se encontrou nenhuma obra de arte importante.

O mandamento de Êxodo 20.4 proibia os hebreus de criarem imagens de seres vivos.

Até mesmo o desenho de uma águia poderia levá-los a se desviar do culto a Deus.

Estudar ciências eram restrito pelos seus conceitos teológicos.

Certas áreas de conhecimento haviam sido censuradas pela tradição hebraica.

Alguns rabis advertiam que não se deveria sondar o desconhecido. Mas alguns israelitas se aventuraram a estudar astronomia.

Contudo, o conhecimento que obtiveram ficou limitado às tendências da época.

Mas seus conceitos sobre a natureza parecem ter atingido níveis bastante adiantados.

Eles apreciavam os animais e se dedicavam consideravelmente à observação deles.

Chegaram a elaborar listagens, fazendo distinção entre as diversas espécies.

Os gregos e romanos eram mais abertos para o estudo científico.

Não seria errado afirmar que transmitiram aos judeus grande parte do seu conhecimento científico.

A EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS NOS TEMPOS BÍBLICOS

A tendência geral era dar escolaridade aos meninos, mas não às meninas.

Contudo, sempre houve em Israel mulheres com certo grau de conhecimento, que atuaram em funções nas quais podiam aplicar essa cultura.

Alguns exemplos disso são Débora (Jz 4), Hulda (2 Rs 22.14-20) e Ana (Lc 2.36), profetisas que tiveram um papel importante em sua época.

Maria, a mãe de Jesus, também demonstrou conhecer bem as Escrituras, apesar de ser jovem.

O hino de louvor que entoou, registrado em Lucas 1.46-55, é quase todo constituído de citações do Antigo Testamento.

O volume de conhecimento que uma menina poderia receber iria depender de diversos fatores:

  • Das circunstâncias em que ela vivia;
  • De seu temperamento;
  • Da atitude dos pais dela.

De modo geral, elas eram educadas em casa com limite às responsabilidades domésticas.

Quanto aos meninos, além da educação formal da escola, eles tinham que aprender um ofício.

O objetivo disso era evitar o desequilíbrio de terem muito conhecimento, teórico, mas pouca experiência prática.

As tradições antigas já exigiam que os rabis, além da função de ensinar a lei, tivessem outra atividade profissional, como era o caso de Paulo, que fabricava tendas.

JESUS COMO MESTRE

Jesus ensinando para as famílias

Jesus era chamado de rabi e Senhor. E, isso indica que o povo o respeitava como mestre.

É provável que a maioria das pessoas o visse como professor do que Messias, pois questionavam suas afirmações de que era o Cristo.

O fato é que as multidões reconheciam sua grande habilidade para ensinar e comunicar.

O MÉTODO DE ENSINO DE JESUS

Um aspecto muito importante do ensino de Jesus era que ele, ao contrário dos escribas, falava com autoridade (Mt 7.28,29).

Muitos considerassem que os escribas davam mais valor às coisas terrenas.

E, viam que Jesus focalizava questões realmente importantes, baseadas nos interesses de Deus.

Talvez tenham percebido que ele compreendia melhor as situações, era mais brando e seguro de si.

E essa era uma grande diferença da prática religiosa dos outros.

JESUS SUPERAVA TODOS NO ENSINO

E ele não apenas era diferente dos escribas, mas superava a todos os homens.

Pois algumas pessoas chegaram a afirmar que “jamais alguém falou como este homem” (Jo 7.46).

JESUS ERA MESTRE EM CONTAR HISTÓRIAS

Cristo empregou diversos métodos de ensino.

Uma de suas principais características foi sua grande habilidade como narrador.

Suas parábolas são um exemplo disso.

Ele contava histórias interessantes para aclarar bem a mensagem.

Outro ponto alto de seu método era o emprego de lições objetivas.

JESUS ERA MESTRE EM ILUSTRAR

Suas mensagens eram cheias de ilustrações.

Suas inúmeras referências a pastores e ovelhas são um bom exemplo de atividade da qual se podem tirar muitas lições.

Outras ilustrações memoráveis foram a da figueira amaldiçoada, e a da moeda encontrada na boca de um peixe.

ELE ENSINAVA COM PERGUNTAS

Algumas vezes Jesus pregava fazendo perguntas aos seus seguidores.

ELE ENSINAVA COM LIÇÕES PRÁTICAS

Além disso, ensinou também pela prática.

Dizia aos discípulos para fazerem determinadas coisas, e ao fazê-las eles aprendiam a lição.

Mas nem todo mundo apreciava os ensinamentos de Jesus e nem todos entendiam suas palavras.

Houve momentos em que ele percebeu que seus ouvintes não estavam preparados para ouvir o que ele tinha a dizer, ou não estavam dispostos a ouvi-lo (Mt 11.15; Mc 8.17,21).

Equipe Redação BP

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