Tudo sobre a Bíblia: história, origem, quem escreveu e composição da Bíblia Sagrada
A história da Bíblia começa no próprio Deus que escolhe se revelar ao homem por meio das escrituras. Sua origem e composição é algo sobrenatural, isso podemos afirmar pelo fato de um livro tão antigo chegar até nossos dias com tanta fidelidade aos seus originais.
A Bíblia Sagrada que teve origem no coração de Deus, é um livro fascinante, repleto de significado e importância para milhões de pessoas em todo o mundo.
Neste estudo, vamos aprender sobre sua história, origens, os autores por trás de suas páginas e a composição única que a torna um guia espiritual essencial.
O QUE É A BÍBLIA SAGRADA?
É uma coleção de livros escritos por homens inspirados pelo Espírito Santo para transmitir a palavra de Deus à humanidade. Por isso a chamamos de sagrada.
A Bíblia é o livro mais traduzido e lido no mundo todo. É uma coleção de livros inspirados chamada pelos cristão de Palavra de Deus.
DEFINIÇÃO DA PALAVRA BÍBLIA
Apesar de estar na capa, o vocábulo Bíblia não se acha no texto das Sagradas Escrituras. De onde então vem esse nome?
Vem do grego, a língua original do Novo Testamento.
Do grego “biblion”, que significa “livro”, “rolo”.
BÍBLIA NA VISÃO TEOLÓGICA
Com orientações para uma vida devotada, a Bíblia é a mensagem de Deus para o seu povo.
De Moisés ao apóstolo Paulo, Deus inspirou homens para registrar suas palavras a fim de transmiti-las a outras pessoas.
É a ferramenta para entendimento da vontade de Deus para nossas vidas. É uma revelação especial de Deus para a humanidade.
Pois, ela explica como Ele é, como espera que nos comportemos e as consequências de aceitarmos ou rejeitarmos sua mensagem.
Proclama a obra amorosa e redentora de Deus para os que não conhecem Jesus Cristo. Tem tocado milhares de corações com suas promessas de esperança.
A Bíblia revela quem Deus é, o que Cristo fez por nós e como devemos viver para refletir sua maravilhosa obra em nós.
A COMPOSIÇÃO DA BÍBLIA
Estudaremos a estrutura ou composição da Bíblia, isto é, a sua divisão em partes principais e seus livros quanto à classificação por assuntos e certas particularidades indispensáveis.
A Bíblia divide-se em duas partes principais: ANTIGO e NOVO TESTAMENTO, tendo ao todo 66 livros, sendo 39 no Antigo e 27 no Novo Testamento.
Estes 66 livros escritos num período de 16 séculos tiveram cerca de 40 escritores. Aqui está um dos milagres da composição da Bíblia.
Esses escritores pertenceram às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas. Entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita.
E isto prova que um só os dirigia no registro da revelação divina, o Deus que está no controle de tudo e trabalhou para que isso fosse possível.
SIGNIFICADO DA PALAVRA TESTAMENTO
A palavra testamento vem do termo grego “diatheke”, e significa aliança ou concerto.
Testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens, após sua morte.
Esta é a palavra empregada no Novo Testamento, como por exemplo em Lucas 22.20.
No Antigo Testamento, a palavra usada é “berith” que significa apenas concerto.
COMPOSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO
O título Antigo Testamento foi primeiramente aplicado aos 39 livros das Escrituras hebraicas, por Tertuliano, e Orígenes.
Sobre a composição da Bíblia, na primeira divisão principal, temos o Antigo Concerto (também chamado pacto, aliança), que veio pela Lei, feito no Sinai e, selado com sangue de animais (Êxodo 24:18; Hebreus 9:19,20).
Seus 39 livros estão classificados em 4 grupos, conforme os assuntos a que pertencem: LEI, HISTÓRIA, POESIA E PROFECIA.
O grupo ou classe POESIA também é conhecido por devocional. Vejamos então a seguir os livros por cada grupo.
LEIS
São 5 livros: de Gênesis a Deuteronômio. Comumente chamados de Pentateuco.
Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei, e do estabelecimento da nação israelita.
Eles contêm a história da criação do universo, Adão e Eva no Jardim do Éden, o grande Dilúvio, o êxodo dos israelitas da escravidão no Egito. Portanto, esses livros tratam do início.
HISTÓRIA
São 12 livros: de Josué a Ester.
Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos:
- Teocracia, sob os juízes,
- Monarquia, sob Saul, Davi e Salomão,
- Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá e Israel, este levado em cativeiro para a Assíria, e aquele para Babilônia,
- Pós-cativeiro, sob Zorobabel, Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporâneos.
Portanto, esses livros da bíblia tratam da história do povo de Deus.
POESIA
São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão. Chamados poéticos, não porque sejam cheios de imaginação e fantasia, mas devido ao gênero do seu conteúdo.
São também chamados devocionais escritos principalmente pelos reis Davi e Salomão.
Esses livros incluem canções de louvor a Deus (Salmos), princípios de sabedoria (Provérbios e Eclesiastes) e um maravilhoso poema de amor entre uma noiva e um noivo (Cântico dos Cânticos).
Neles encontramos maravilhosas meditações sobre o amor de Deus por nós, seu poder sobre toda a criação e seu desejo do nosso respeito e temor.
PROFECIA
São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Esses livros estão subdivididos em:
• Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros).
• Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros).
Os nomes maiores e menores não se referem ao mérito ou notoriedade do profeta mais ao tamanho dos livros e à extensão do respectivo ministério profético.
Vêm depois dos livros poéticos e escritos por cerca de dezesseis diferentes autores.
Isaías, Jeremias e Daniel, que escreveram livros mais longos, são os profetas maiores.
Ageu, Zacarias e Malaquias estão entre os profetas menores, cujos livros são mais curtos.
Esses livros falam do desapontamento de Deus porque Israel não seguiu suas ordens.
Relembram ao povo o amor incondicional de Deus por ele, além de apregoarem a vinda do Messias que redimiria Israel para sempre.
Portanto, esses livros da bíblia possuem advertências e profecias para o povo de Deus.
COMPOSIÇÃO DO NOVO TESTAMENTO
27 livros escritos em grego e num espaço de cerca de 50 anos.
Seus 27 livros também estão classificados em 4 grupos, conforme o assunto a que pertencem: BIOGRAFIA, HISTÓRIA, EPÍSTOLAS, PROFECIA.
Sua mensagem principal se refere à obra redentora de Jesus Cristo e à primitiva igreja cristã, mas também oferece preciosos mandamentos sobre a vida com Deus.
BIOGRAFIA
São os 4 primeiros livros do Novo testamento chamados de Evangelhos.
Descrevem a vida terrena do Senhor Jesus: nascimento, morte, ressurreição e seu glorioso ministério.
Os três primeiros recebem o nome de Sinópticos, devido a certo paralelismo que têm entre si.
Os Evangelhos são os livros importantes da Bíblia.
Eles relembram os ensinamentos de Jesus para seus discípulos, como segui-lo e continuar sua obra depois de seu retorno ao céu.
Portanto, esses livros da bíblia têm como foco principal a vida da Jesus.
Em seguida, vem o livro de Atos onde estão registrados os primórdios da igreja e a obra dos discípulos de Jesus realizando milagres e pregando o Evangelho.
HISTÓRIA
É o livro de Atos dos Apóstolos o qual relata a história dos primeiros cristãos.
Registra a história da igreja primitiva, seu viver e a propagação do Evangelho. Tudo através do Espírito Santo, conforme Jesus prometera.
Portanto, esse livro da bíblia vai relatar a história e atos dos primeiros cristãos e o agir do Espírito Santo na igreja.
EPÍSTOLAS (CARTAS)
Seguindo Atos vêm as epístolas ou cartas que o apóstolo Paulo e outros escreveram para encorajar os primeiros cristãos na sua caminhada com Jesus.
As cartas nos proporcionam ricas diretrizes sobre os desejos de Deus para a nossa atividade diária.
São 21 as epístolas ou cartas que vão de Romanos a Judas. Elas contêm a doutrina da Igreja.
- 9 dirigidas a igrejas (Romanos a 2 Tessalonicenses)
- 4 dirigidas a indivíduos (1 Timóteo a Filemom)
- 1 dirigida aos hebreus cristãos
- 7 dirigidas a todos os cristãos, indistintamente (Tiago a Judas).
As últimas sete, também chamadas universais ou gerais, apesar de duas delas (2 e 3 João) se dirige a pessoas.
Portanto, esses livros da bíblia chamadas epístolas ou cartas, tinham como objetivo animar, exortar e ensinar doutrinas de Cristo.
PROFECIA
O último livro do Novo Testamento é o Apocalipse, um livro profético que detalha a próxima vinda de Cristo à terra.
O livro de Apocalipse ou Revelação, trata da volta pessoal do Senhor Jesus à Terra e das coisas que precederão esse glorioso evento.
Nesse livro vemos o Senhor Jesus vindo com seus santos para:
a) destruir o poder gentílico mundial sob o reinado da Besta;
b) livrar Israel, que estará no centro da Grande Tribulação;
c) julgar as nações; estabelecer o seu reino milenar.
Portanto, esse livro da bíblia sagrada é profético e trata de eventos escatológicos.
ALGUNS FATOS E PARTICULARIDADES DA BÍBLIA SAGRADA
Antes, a Bíblia não possuía divisões em capítulos e versículos como temos hoje.
A divisão em capítulos ocorreu no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras.
Isso começou a mudar com uma iniciativa de Stephen Langton (c. 1150-1228), um influente arcebispo da Cantuária que faleceu em 9 de julho de 1228.
Ele recebe o crédito por ter dividido a Bíblia na disposição padrão moderna de capítulos.
Em 1448, o rabino judeu Mordecai Nathan subdividiu o Antigo Testamento em versículos.
Em 1551, Robert Stephanus (também conhecido como Robert Estienne) manteve a divisão essencial de Nathan do Antigo Testamento e acrescentou uma subdivisão semelhante ao Novo Testamento.
A primeira Bíblia completa com divisões em capítulos e versículos foi a Bíblia de Genebra, de 1560, uma influente tradução protestante para o inglês, anterior à versão King James.
Portanto, a divisão da bíblia em versículos aconteceu em duas vezes.
O Antigo Testamento em 1445-1448, pelo Rabino Nathan e o Novo Testamento em 1551, por Robert Stephanus.
10 CURIOSIDADES DA BÍBLIA SAGRADA
1. O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos.
2. O Novo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos.
3. No total, a Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos.
4. O número de palavras e letras depende do idioma e da versão.
5. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117.
6. O maior versículo está em Ester 8:9; o menor, em Êxodo 20:30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada “Tradução Brasileira”, onde o menor é Lucas 20:30).
7. Em certas línguas, o menor é João 11:35.
8. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester.
9. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes.
10. O número sete é significativo na Bíblia, aparecendo mais de 700 vezes, representando perfeição e totalidade.
Fatos interessantes sobre a Bíblia
Há muitas coisas realmente interessantes para aprender sobre a Bíblia além de sua mensagem central.
1. O conteúdo da Bíblia foi escrito ao longo de pelo menos 1500 anos
Se você cresceu com muita exposição à Bíblia, pode ser fácil supor que os autores dos livros da Bíblia eram como jornalistas modernos: escrevendo as coisas à medida que aconteciam. No entanto, este não foi o caso.
A Bíblia inclui histórias do primeiro século EC, bem como histórias sobre os primórdios do cosmos – mas a maioria dos estudiosos bíblicos concorda que os livros em que encontramos essas histórias alcançaram suas formas atuais entre 350 AEC e 150 EC.
Claro, esses livros fazem referência a fontes de fora dessa janela. Por exemplo, partes da Torá baseiam-se em tradições orais e escritos muito mais antigos do que a forma atual do Pentateuco, e o Cântico de Débora (o quinto capítulo do livro de Juízes ) frequentemente se refere como uma das obras mais antigas da poesia hebraica na Bíblia.
2. A Bíblia foi escrita em três idiomas
Essas línguas são hebraico, aramaico e grego. A maior parte do nosso Antigo Testamento foi escrita em hebraico, que era a língua que os leitores originais falavam.
Alguns pedaços do Antigo Testamento foram escritos em aramaico (olhando para você, Esdras e Daniel). O Novo Testamento foi escrito em grego, a língua mais falada da época.
3. A Bíblia foi escrita em três continentes
A maioria foi escrita no que é a atual Israel (Ásia). Mas algumas passagens de Jeremias foram escritas no Egito (África) e várias epístolas do Novo Testamento foram escritas em cidades da Europa.
Isso é importante ter em mente ao ler a Bíblia: ela não foi escrita em uma única sala por um grupo unificado de pessoas. Em vez disso, esses escritos foram acumulados ao longo dos séculos e eventualmente compilados no volume que hoje chamamos de “a Bíblia”.
4. A Bíblia foi escrita por mais de 40 autores
Os livros da Bíblia são tradicionalmente atribuídos a heróis da fé judaica e cristã. Moisés recebe crédito pelos primeiros cinco livros da Bíblia, a maioria dos profetas recebe crédito pelos livros com seus nomes, etc.
A realidade é um pouco mais confusa do que isso, é claro. Embora muitos cristãos vejam Moisés como uma figura histórica, não temos nenhuma evidência de que ele tenha existido fora da própria Bíblia — então é mais provável que os livros atribuídos a Moisés tenham sido escritos por vários líderes religiosos ao longo dos séculos.
Da mesma forma, é improvável que Jonas tenha escrito o livro de Jonas, Isaías pode ter tido alguma ajuda ao longo dos séculos, e assim por diante.
Além disso, existem alguns livros cujos autores simplesmente não conhecemos, como o livro de Hebreus do Novo Testamento.
5. A maioria das pessoas que escreveram a Bíblia eram de etnia hebraica
Mais de 75% do texto da Bíblia está no Antigo Testamento, predominantemente escrito por profetas e escribas hebreus. Da mesma forma, a maior parte do Novo Testamento foi escrita por judeus cristãos.
No entanto, existem alguns autores que podem ter sido gentios. Por exemplo, algumas leituras de Colossenses 4:14 apontam para Lucas, o autor tradicional tanto do Evangelho de Lucas quanto de Atos como um não-judeu.
6. Todos os cânones bíblicos cristãos contêm os mesmos 66 livros
Embora as tradições católica e ortodoxa contenham mais alguns livros em suas Bíblias, todas as principais seitas cristãs reconhecem os 66 livros da Bíblia protestante como canônicos.
Séculos após o início do cristianismo, o judaísmo estabeleceu sua Bíblia hebraica canônica. Isso é idêntico em conteúdo ao Antigo Testamento protestante de hoje.
Os cristãos, no entanto, continuaram usando vários documentos significativos da Septuaginta, uma tradução grega de muitos livros sagrados hebraicos (como as obras de Tobias e Judite).
Durante a Reforma, Martinho Lutero pressionou para que o cânone protestante distinguisse entre os livros que os judeus consideravam canônicos e os outros livros usados pelos cristãos ao longo do caminho.
Esses outros livros chamados de deuterocanon (“segundo cânone”) originalmente faziam do Antigo Testamento nas Bíblias protestantes.
Eventualmente, retiraram esses livros das edições impressas posteriores da Bíblia Protestante, mas permanecem nas Bíblias Católica e Ortodoxa.
7. Capítulos e versículos foram adicionados em 1200
Os livros originais da Bíblia não possuíam divisões em capítulos e versículos. Estes vieram cerca de mil anos depois que o último livro da Bíblia foi escrito. Isso torna muito mais fácil dizer a outras pessoas quais partes da Bíblia você está referenciando!
8. A Bíblia é uma mistura de textos proativos e reativos
Cada livro da Bíblia é um produto de seu tempo. Alguns livros foram escritos em reação a certos eventos, como Lamentações sendo escritas em reação à queda de Jerusalém. Outros eram mais proativos, prescrevendo princípios ou ensinamentos para os leitores seguirem em frente. (Provérbios é um ótimo exemplo disso!)
Cada livro foi escrito para leitores antigos (ou seja, não para nós!), e então preservado pela tradição por longos períodos de tempo. Se você mantiver isso em mente, será mais fácil entender várias partes da Bíblia.
9. Não temos os documentos originais!
Seria ótimo se pudéssemos ler a primeira edição do Evangelho de Mateus, ou o primeiro rolo de Isaías – mas esses documentos foram perdidos ao longo dos tempos. Em vez disso, estamos trabalhando com cópias de cópias de cópias das obras originais.
Ainda assim, parece que esses textos foram fielmente (ainda que imperfeitamente) preservados. Embora encontremos variantes nos manuscritos bíblicos, em geral, a mensagem e o conteúdo têm sido basicamente os mesmos nos últimos milênios.
10. A Bíblia tem cerca de 611.000 palavras (em seus idiomas originais)
Nessas línguas originais, a contagem de palavras da Bíblia é de cerca de 611.000. Essa contagem de palavras não vai se alinhar com a sua Bíblia, por alguns motivos:
- Ao traduzir a Bíblia de seus idiomas originais para o inglês, os tradutores tendem a usar mais palavras para transmitir o ponto de vista do autor original.
- Traduções diferentes passagens de palavras de forma diferente, o que resulta em uma variação na contagem de palavras.
11. A Bíblia não é linear e os livros não estão em ordem cronológica
A Bíblia é uma coleção de documentos individuais reunidos em uma série ao longo do tempo. Por causa disso, a Bíblia não é lida como uma única linha do tempo – ela pula. E embora a Bíblia contenha muitas seções narrativas, nem tudo é narrativa. A Bíblia também inclui canções, literatura de sabedoria, decretos e cartas escritas por líderes religiosos.
12. Cada livro da Bíblia é uma obra independente
Esta é uma das coisas mais importantes a ter em mente ao ler a Bíblia: não havia “A Bíblia” para falar quando cada um dos livros individuais foi escrito! Cada livro foi escrito com seus próprios objetivos retóricos em seu próprio tempo. Foi só muito mais tarde que as pessoas começaram a pensar em Gênesis e Apocalipse como partes do “mesmo” livro.
Alguns desses livros são coleções de livros menores em si (por exemplo, Salmos é uma coleção de cinco “livros” menores de poesia). Outros foram compilados como partes de coleções maiores, como os livros individuais da Torá.
Mas embora haja alguma consciência intertextual, é muito importante lembrar que os autores dos livros da Bíblia não estavam contribuindo conscientemente para um projeto maior. É por isso que quando você estuda a Bíblia, é melhor certificar-se de ler cada livro como um documento independente.
No Antigo Testamento, você encontrará livros com “Primeiro” ou “Segundo” em seus títulos. Esses livros representam “Parte 1” e “Parte 2” de uma única obra. Assim, embora tenhamos os oito livros de 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias, originalmente havia apenas quatro livros: Samuel, Reis, Crônicas e Esdras-Neemias. Por que dividiram esses livros? Porque colocá-los todos em um documento tornaria o pergaminho pesado para uso prático!
PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA NA HISTÓRIA
Falaremos então dos seguintes pontos:
- Os manuscritos mais importantes;
- As primeiras e principais versões e traduções da bíblia sagrada;
- Certas particularidades do texto bíblico.
Portanto, em todos esses fatos podemos ver a mão poderosa de Deus agindo para que este livro chegasse às nossas mãos, para nossa felicidade eterna.
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA
O hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento, e o grego para o Novo Testamento, são, portanto, as línguas originais da Bíblia.
O HEBRAICO
Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, o idioma oficial da nação israelita, exceto algumas passagens de Esdras, Jeremias e Daniel, que foram escritas em aramaico.
A mais extensa é em Daniel, que vai do cap. 2.4 a 7.28.
O hebraico faz parte das línguas semíticas, faladas na Ásia (mediterrânea), exceto em bem poucas regiões.
Tudo leva a crer que Abraão encontrou este idioma em Canaã, ao chegar ali, em vez de trazê-lo da Caldéia.
Em Gênesis 31.47, vê-se que Labão, o sobrinho de Abraão, vivendo em sua terra, a Caldéia, falava aramaico.
E ao passo que Jacó, recém-chegado de Canaã, falava o hebraico.
A língua hebraica recebe os seguintes nomes no Antigo Testamento:
- “Língua de Canaã” (Isaias 19.18);
- “língua judaica”;
- “judaico” (2 Reis 18.26,28; Isaias 36.13).
Como a maior parte das línguas do ramo semítico, o hebraico lê-se da direita para a esquerda.
O alfabeto compõe-se de 22 letras, todas consoantes.
A escrita hebraica dos tempos antigos só empregava consoantes sem qualquer sinal de vocalização.
Os sons vocálicos eram supridos pelo leitor durante a leitura, o que dava origem a constantes enganos, uma vez que havia palavras com as mesmas consoantes, mas com acepções diferentes.
Quer dizer, a pronúncia exata dependia da habilidade do leitor, levando em conta o contexto e a tradição.
É por causa disso que se perdeu a pronúncia de muitas palavras bíblicas.
Após o século VI, os eruditos judeus residentes em Tiberíades, passaram a colocar na escrita sinais vocálicos, perpetuando, assim, a pronúncia tradicional.
Esses sinais são pontos colocados em cima, em baixo e dentro das consoantes.
MASSORETAS
Os autores desse sistema de vocalização chamavam-se massoretas, palavra derivada de “massorah”, que quer dizer tradição.
Isto porque os massoretas, por meio desse sistema, fixaram a pronúncia tradicional do hebraico.
Qualquer texto bíblico posterior ao século VI é chamado “massorético“, porque contém sinais vocálicos.
Os mais famosos eruditos massoretas foram os judeus Moses ben Asher e seus filhos Arão e Naftali, que viveram e trabalharam em Tiberíades, na Galiléia.
Além do texto massorético, há outro texto hebraico das Escrituras, o do Pentateuco Samaritano, que emprega, os antigos caracteres hebraicos.
São, portanto, dois tipos de textos que temos em hebraico: o Massorético e o Pentateuco Samaritano.
ARAMAICO
O Aramaico é um idioma semítico falado desde 2.000 a.C, em Arã ou Síria, que é a mesma região.
Os trechos escritos em aramaico são:
- Esdras 4.8 a 6.18; 7.12-26;
- Daniel 2.4 a 7.28;
- Jeremias 10.11.
A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, começando no cativeiro do reino de Israel, em 722 a.C. na Assíria, e continuando através do cativeiro do reino de Judá, em 587, em Babilônia.
Em 536, quando Israel começou a regressar do exílio, falava o aramaico como língua vernácula.
É por essa razão que, no tempo de Esdras, quando se liam as Escrituras em hebraico em público, era preciso interpretá-las, para compreenderem o seu significado (Neemias 8:5,8).
No tempo de Cristo, o aramaico tornara-se a língua popular dos judeus e nações vizinhas.
O aramaico foi a língua do Senhor Jesus, seus discípulos e da igreja primitiva, em Jerusalém.
Em Mateus 5:18, quando Jesus diz que a menor letra é o jota (aramaico iode), Ele tinha em mente o alfabeto aramaico, pois somente neste é que se verifica isto.
Também em Marcos 14.36, o uso da palavra aramaica “abba“, por Jesus, é outra evidência de que Ele falava aquela língua.
Que Ele também falava o hebraico é evidente em Lucas 4:16-20, uma vez que os rolos sagrados eram escritos em hebraico.
Marcos, escrevendo para os romanos, põe em aramaico 5.41 e 15.34 do seu livro.
Já Mateus, que escreveu para os judeus, escreve a mesma passagem em hebraico (Mateus 27.46).
O Antigo Testamento contém, além do hebraico e aramaico, algumas palavras persas, como “tirsata” (Esdras 2.63) e “sátrapa” (Daniel 3.2)
GREGO
Esta é a língua da escrita original do Novo Testamento. O grego faz parte do grupo das línguas arianas. Ela vem da fusão dos dialetos dórico e ático.
Os dóricos e os áticos foram duas das principais tribos que povoaram a Grécia.
É língua de expressão muito precisa, e, das línguas bíblicas, é a que mais se conhece, devido a ser mais próxima da nossa.
O grego do Novo Testamento não é o grego clássico dos filósofos, mas o dialeto popular do homem da rua, dos comerciantes, dos estudantes, que todos podiam entender: era o “Koiné”.
Este dialeto formou-se então a partir das conquistas de Alexandre, em 336 a.C.
A Grécia tornou-se um império mundial, e toda a terra conhecida recebeu influência da língua grega.
Deus preparou, deste modo, um veículo linguístico para disseminar as novas do Evangelho até os confins do mundo, no tempo oportuno.
Até no Egito o grego se impôs, pois aí foi a Bíblia traduzida do hebraico para o grego, a chamada Septuaginta, cerca de 285 a.C.
Nos dias de Jesus, os judeus entendiam quase tão bem o grego como o aramaico, haja vista que a Septuaginta em grego era popular entre os judeus.
Nos primórdios do cristianismo, as pessoas do mundo todo compreendiam o Evangelho pregado ou escrito em grego. Isso só Deus podia fazer!
Ele não enviaria o seu Filho ao mundo enquanto este não estivesse preparado, e esse preparo incluía uma língua conhecida por todos.
A língua grega tem 24 letras, a primeira é alfa e a última ômega.
Quando, em Apocalipse 1.8, Jesus diz que é o Alfa e o ômega, está afirmando que é o primeiro e o último.
Os gregos receberam seu alfabeto através dos fenícios, conforme mostram estudos a respeito.
OS MANUSCRITOS
A história da Bíblia e como chegou até nós, se encontra em seus manuscritos.
Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura, escritos à mão.
O texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos.
Há, em nossos dias, cerca de 4.000 Manuscritos da Bíblia, preparados entre os séculos II e XV.
MATERIAL GRÁFICO DOS MANUSCRITOS BÍBLICOS
Há dois materiais principais para a escrita da bíblia: papiro e pergaminho. Também se usava o linho, mas não tanto como o papiro e pergaminho.
PAPIRO
O centro da indústria de papiro era o Egito, onde teve início o seu emprego, cerca de 3.000 a.C.
O papiro é um tipo de junco de grandes proporções.
PERGAMINHO
Pergaminho é a pele de animais curtida e preparada para a escrita.
Seu uso generalizado vem dos primórdios do cristianismo, mas já era conhecido em tempos remotos, pois já é mencionado em Isaías 34:4.
O pergaminho preparado de modo especial chamava-se velo. Este tornou-se comum a partir do século IV, sendo então mais durável e muito usado nos códices.
Tudo indica que o vocábulo pergaminho derivou seu nome da cidade de Pérgamo, capital de um riquíssimo reino que ocupou grande parte da Ásia Menor, sendo Eumenes II (197-159 d.C), seu maior rei.
Esse rei projetou formar para si uma biblioteca maior que a de Alexandria, Egito.
O rei do Egito, por inveja, proibiu a exportação do papiro, obrigando Eumenes a recorrer a outro material gráfico.
Tal fato motivou o surgimento de um novo método de preparar peles, muito aperfeiçoado, que resultou no pergaminho.
Vindo o domínio romano, Pérgamo veio a ser a primeira capital da província da Ásia, situada ao oeste da Ásia Menor, e sua segunda capital foi Éfeso.
O Novo Testamento menciona esse material gráfico em 2 Timóteo 4.13 e Apocalipse 6.14.
Usavam-se outros materiais para a escrita nos tempos antigos, mas de menor importância, como:
- Linho. Tem sido encontrado nas descobertas arqueológicas.
- Ostraco, fragmento de cerâmica. É mencionado em Jó 38.14; Ezequiel 4.1. Foi muito usado em Babilônia.
- Madeira.
- Pedra (Êxodo 24.12; Josué 8.30-32).
- Tábuas recobertas de cera (Isaías 8.1; Lucas 1.63).
A TINTA E OS INSTRUMENTOS DE ESCRITA
A tinta utilizada pelos escribas era uma mistura de carvão em pó com uma substância líquida parecida com a goma arábica (Jeremias 36:18; Ezequiel 9:2; 2 Coríntios 3:3; 2 João 12; 3 João 13).
Para a escrita em papiro e pergaminho, os escribas usavam penas de aves, pincéis finos e um tipo de caneta feita de madeira porosa e absorvente.
Para uso em cera utilizavam um estilete de metal (Isaías 30:8).
OS TIPOS DA ESCRITA
Veja na imagem abaixo como era a escrita na antiguidade.
Da esquerda para a direita: escrita cuneiforme em pedra; escrita em placas feitas de cera; escrita cuneiforme em argila; pictografia em papiro; escrita com tinta em papel
Alguns tipos de escrita utilizados nos manuscritos são:
UNCIAL
Os mais antigos manuscritos gregos só usavam letras maiúsculas desenhadas e sem separação entre palavras. Datam do IV século A. D.
CURSIVO
Era o tipo de escrita onde letras minúsculas eram conectadas com espaço entre palavras. Datam do IX século A. D.
SINAIS VOCÁLICOS
Mais ou menos ao redor dos anos 500 a 900 d.C., eruditos judeus chamados Massoretas introduziram um sistema de pontos colocado acima, abaixo e entre o texto consonantal do Antigo Testamento.
Isso para marcar a vocalização do texto (Além disto eles cercaram o texto de uma série de anotações chamadas Massorá, que garantiam a imutabilidade do texto).
Estes pontos, chamados pontos vocálicos, exerceriam a função de vogais, mas tinham a vantagem de nada acrescentar ou tirar do texto consonantal inspirado.
Este sistema preservou a pronúncia do hebraico que, nesta época, era língua dos eruditos judeus.
Foi o texto hebraico preservado, portanto, por este grupo de eruditos judeus que chegou aos dias de hoje.
O FORMATO DOS MANUSCRITOS
Os manuscritos do Antigo Testamento tinham os formatos de livros (códices) e rolos.
Os códices se faziam de pergaminho cujas folhas tinham normalmente 65 cm de altura por 55 cm de largura.
Os rolos podiam ser de papiro ou pergaminho. Prendiam a um cabo de madeira para facilitar o manuseio durante a leitura. E enrolavam da direita para a esquerda e sua extensão dependia da escrita.
OS CUIDADOS PARA ESCREVER
O rigor com o qual os judeus transmitiram a Bíblia Hebraica até hoje pode ser visto nas prescrições abaixo, preservadas no Talmude:
- Um rolo de sinagoga deve ser escrito sobre peles de animais limpos, preparadas dotada de linhas.
- E se três palavras forem escritas nela sem uma linha, será sem valor.
- A tinta deve ser preta, não vermelha, verde nem de qualquer outra cor e preparada de acordo com uma receita definida.
- Uma cópia autêntica deve ser o modelo do qual o transcritor não deve desviar-se até nos menores detalhes.
- Nenhuma palavra, letra e nem ainda um yod deve ser escrito de memória sem que o escriba não a tenha olhado no códice que está a sua frente.
- Entre cada consoante deve intervir o espaço de um cabelo ou de um pavio, entre cada palavra o espaço será de uma consoante estreita.
- Também entre cada novo parashah, ou secção, o espaço será de nove consoantes e entre cada livro, três linhas.
- O quinto livro de Moisés deve terminar exatamente com uma linha, mas os restantes não necessitam terminar assim.
- Além disto, o copista deve sentar-se com vestimenta judia completa, lavar todo o seu corpo, não começar a escrever o nome de Deus com a pena recentemente molhada na tinta e mesmo que um rei lhe dirigisse a palavra enquanto estava escrevendo este nome, deve não dar atenção a ele.
MANUSCRITOS ORIGINAIS DA BÍBLIA
Manuscritos originais saídos das mãos dos escritores não há nenhum conhecido.
A falta de Manuscritos originais provém do seguinte:
1) O costume dos judeus de enterrar todos os Manuscritos estragados pelo uso ou qualquer outra coisa; isto para evitar mutilação ou interpolação espúria.
2) Os reis idolatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos, ou contribuído para isso. (Veja o episódio de Jeremias 36.20-26.)
3) Antíoco Epifânio, rei da Síria (175-164 a.C), dominou sobre a Palestina durante seu reinado.
Foi extremamente cruel, sádico e tinha prazer em aplicar torturas.
Decidiu exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em 168, profanou o templo e destruiu todas as cópias que achou das Sagradas Escrituras.
4) Nos dias do feroz imperador Diocleciano (284-305 d.C), os perseguidores dos cristãos destruíram quantas cópias acharam das Escrituras.
Durante dez anos, Diocleciano mandou vasculhar o Império para destruir todos os escritos sagrados.
Ele chegou a julgar que tivesse destruído tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal “vitória”.
A TRADUÇÃO (HISTÓRIA DA BÍBLIA)
Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento às palavras do Senhor Jesus após ressuscitar:
“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).
Ora, o mundo está dividido em nações, tribos e povos, cada qual com suas línguas.
Hoje, quando vemos as Escrituras traduzidas em mais de 1.700 línguas, sabemos que aquele que comissionou os discípulos para tão grande obra, proveria também os meios para a sua realização.
SEPTUAGINTA
O nome vem do latim “Septuaginta”, que quer dizer “70”.
Aristeas, escritor da corte de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 285-246 a.C, escrevendo a seu irmão Filócrates, conta que o referido monarca, por proposta de seu bibliotecário, Demétrio de Falero, solicitou ao sumo sacerdote judaico, Eleazar, que lhe enviasse doutores versados nas Sagradas Escrituras para preparar-lhe uma versão delas, em grego.
Ele muito ouvia falar das Escrituras e queria uma versão delas, para enriquecer sua vasta biblioteca, em Alexandria.
O sumo sacerdote escolheu 72 eruditos (6 de cada tribo) e enviou-os a Alexandria, os quais completaram a versão em 72 dias.
Josefo registra o fato com detalhes que o espaço não nos permite registrar. De 72 derivou-se o nome “Septuaginta.” Fizeram a tradução na ilha de Faros, situada no porto da cidade.
Essa Bíblia teve a mais ampla difusão entre as nações, especialmente naquelas onde estavam os judeus da dispersão oriunda do cativeiro.
Os magos que visitaram o menino Jesus, sem dúvida, conheciam esta Bíblia no Oriente.
A Septuaginta desempenhou um papel crucial na preparação dos povos e nações para o advento do Evangelho, que Jesus e seus discípulos proclamariam ao chegar à “plenitude dos tempos” (Gálatas 4.4). Deus utilizou a Septuaginta como um dos meios para esse propósito.
Ela, por onde quer que fosse, disseminava as profecias que apontavam para o Messias.
A língua grega foi outro veículo usado por Deus. Ela serviu, portanto, para levar o Evangelho ao mundo de então.
VULGATA
Jerônimo produziu uma nova versão da Bíblia chamada VULGATA. Ele traduziu o Antigo Testamento diretamente do hebraico e revisou o Novo Testamento.
Em assuntos bíblicos, foi Jerônimo o homem mais sábio do seu tempo. Pois, era também dotado de grande piedade e valor moral.
Para realizar esta obra, ele instalou-se num mosteiro, em Belém e baseou-se na Héxapla de Orígenes.
A versão foi feita em 387-405 d.C. e tinha Jerônimo 60 anos quando iniciou a tarefa.
A Vulgata foi a Bíblia da Igreja do Ocidente na Idade Média.
Foi também ela o primeiro livro impresso após a invenção do prelo, saindo à luz em 1452, em Mogúncia, Alemanha.
Devido à popularidade e difusão que teve, foi, no tempo de Gregório o Grande (604 d.C.), denominada “Vulgata”, do latim “vulgos” = povo, isto é, versão do povo, popular, corrente.
Por mil anos a Vulgata foi a Bíblia sagrada de quase toda a Europa. Foi ela também a base de inúmeras traduções para outras línguas. Além disso, a decretaram como a Bíblia oficial da Igreja Romana no Concilio de Trento.
Sessão, em 8 de abril de 1546, decreto este somente cumprido em 1592 com a publicação de nova edição da Vulgata pelo Papa Clemente VIII.
VERSÃO DE ALMEIDA
João Ferreira d’Almeida foi ministro do Evangelho da Igreja Reformada Holandesa, em Batávia, capital da ilha de Java, na Oceania.
Java era então domínio holandês, conquistada aos portugueses.
Almeida concluiu a tradução do Novo Testamento em 1670 e o impressão ocorreu em 1681, em Amsterdam, Holanda. Esse feito aconteceu 100 anos antes da primeira edição católica da Bíblia, que foi a de Figueiredo, lançada em 1781.
Almeida traduziu o Antigo Testamento até Ezequiel 48.21, quando então faleceu em 1691.
Missionários seus amigos completaram a tradução, especialmente Jacob Opden Akker.
Almeida fez sua tradução do grego e hebraico, línguas que estudou após abraçar o Evangelho.
Utilizou também as versões holandesa (de 1637) e a espanhola (de Valera, 1602). Publicaram seu Antigo Testamento em 1753, em Amsterdam.
A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começou a publicar o texto de Almeida em 1809, publicando a Bíblia completa pela primeira vez, em 1819.
Em 1951, a Imprensa Bíblica Brasileira (organização batista independente) publicou a “Edição Revista e Corrigida”, abreviadamente ARC.
Bíblia de Gutenberg: Conheça a História do Primeiro Livro Impresso
A Bíblia de Gutenberg foi o primeiro livro impresso com tipos móveis, em 1455. A produção da Bíblia começou em 1450, tendo Gutenberg usado uma prensa de tipos móveis. Calcula-se que tenha terminado em 1455.
Bíblia de Genebra: Conheça a História da Primeira Bíblia de Estudo
A Bíblia de Genebra é uma das mais significativas traduções da história da Bíblia para o Inglês, que precede a tradução King James por 51 anos.
Foi a principal Bíblia protestante do século 16, e foi a Bíblia usada por William Shakespeare, Oliver Cromwell, John Knox, John Donne, e John Bunyan, autor de “O Peregrino”.
Quem produziu a Bíblia de Genebra de 1560 foram estudiosos que viajaram da Inglaterra para Genebra, Suíça, durante a perseguição provocada pela rainha Mary. Esta, durante seu reinado, também tinha proibido a impressão das Escrituras em inglês na Inglaterra.
A VERDADE E AUTORIDADE DA BÍBLIA SAGRADA
Muitas pessoas afirmam que toda verdade é relativa e que não existe um Deus autoritário. Para elas, Cristianismo é uma questão de opinião ou preferência, pois não há um conjunto de crenças absolutamente verdadeiras.
Mas Deus nos deu o majestoso universo como lembrança da Sua autoridade e do desejo íntimo de nosso relacionamento com Ele.
A Bíblia é a “revelação especial” de Deus. Ela nos relembra nossa natureza pecadora e nossa responsabilidade diária para com Deus e seus mandamentos.
Com a sua leitura aprendemos que Deus é todo-poderoso e tem autoridade ilimitada sobre todas as pessoas.
A BÍBLIA CONTÉM OS ENSINAMENTOS DE DEUS
Quando rejeitamos seus ensinamentos, estamos rejeitando a Deus e negando a autoridade que Ele tem sobre toda a Criação.
Rejeitar a Deus não é fato novo. Os israelitas vagaram no deserto porque não creram que Deus os protegeria. O Rei Acabe erigiu ídolos a falsos deuses. Jonas se negou a ir para Nínive apesar da ordem de Deus.
Quando ignoramos as promessas de bênçãos de Deus sobre nós, estamos deliberadamente desobedecendo a Sua pessoa e seguindo nossos próprios desejos e vontades.
A Bíblia nos alerta da autoridade eterna de Deus sobre todas as pessoas.
Muitas dessas mesmas pessoas que negam a autoridade de Deus também dizem que a Bíblia não é verdadeira porque homens propensos a erros a escreveram.
Certamente, mesmo que os escritores bíblicos não fossem pessoas perfeitas, a Bíblia afirma claramente que foi um trabalho inspirado por Deus e, portanto, é perfeita.
O apóstolo Paulo escreve que toda Escritura é “inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16).
E Pedro explica que “nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21). Isto inclui o Antigo e o Novo Testamento.
A Palavra de Deus é, portanto, revestida de autoridade para que possamos conhecer a verdade.
NOMES DA BÍBLIA SAGRADA
Os nomes mais comuns dados à Bíblia sagrada são:
- Livro do Senhor (Isaías 34:16);
- Palavra de Deus (Marcos 7:13; João 10:35; Hebreus 4:12);
- Escrituras ou Sagradas Escrituras (Mateus 21:42; Lucas 4:21; João 7:38, 42; Romanos 1:2; Romanos 4:3; Galatas 4:30);
- Verdade (João 17:17; Romanos 15:8);
- Lei (Salmos 119); Lucas 10:26; Mateus 5:18);
- Mandamentos (Salmos 119);
- A Lei e os Profetas (Mateus 5:17; Lucas 16:16);
- A Lei de Moisés (Lucas 24:44);
- Oráculos de Deus (Romanos 3:2).
A BÍBLIA SAGRADA E SEU ALCANCE
Apesar de toda oposição, a Bíblia Sagrada é o livro mais antigo, mais famoso e mais lido do mundo. Escrito em mais de 2000 línguas e dialetos, já atravessou 3.000 anos.
É também o livro de maior circulação em todo o mundo. Em 1996 distribuíram cerca de 20 milhões de Bíblias em todo o mundo. Só no Brasil foram quase 7 milhões e na China circulam cerca de 3 milhões.
Portanto, podemos dizer que tudo isso só é possível porque tem a mão do Deus todo poderoso agindo para isso!
Veja também sobre a canonização da Bíblia.
NUNCA `È DEMAIIS EXAMINAR ASESCRITURAS
João 5.3
Excelente trabalho, mas surgiu uma dúvida: Você afirma que a Bíblia foi escrita longo de 500 anos “O conteúdo da Bíblia foi escrito ao longo de pelo menos 500 anos”, a maioria dos estudiosos define como 1400 a 1600 anos, qual estaria correto?.
Mais uma vez, parabéns pelo trabalho.
Deus abençoe.
Marco
Quero agradecer por esse texto tão completo e respeitoso.Deus sendo louvado e engrandecido em todas as palavras. Deus abençoe vcs.
Parabéns por toda esta elaboração pedagógica e teológica cristã; para mim que já conhecia alguma coisa, agora melhorou bastante, Deus vos abençoe.
Deus abençoe pelo excelente material!!!!
PARABÉNS PARA O ABENÇOADO QUE CRIOU TUDO ISSO, E COMPARTILHOU! É UMA RIQUEZA DE CONHECIMENTOS
vdd muito bem escrito tudo isso muito bem feito meus parabens deverdade serio olha eu li demorrei mas li e um trabalho para minha escola mas ja me ajudou muito parabens